Esquecido por alguns e ignorado por várias autoridades estaduais, que tentam chamar para si os holofotes, uma figura estará desfilando a pleno sorriso hoje e amanhã, durante a visita dos integrantes da FIFA e do presidente da CBF, Ricardo Teixeira em Cuiabá para avaliarem as condições da capital mato-grossense ser uma das sedes da Copa do Mundo de 2014. Trata-se do eterno presidente da Federação Mato-grossense de Futebol Carlos Orione.
Amigo pessoal de Ricardo Teixeira e de João Havelange, que por mais de 30 anos foi presidente da FIFA e responsável pela vitória de Joseph Blatter, atual dirigente do órgão máximo do futebol mundial, Carlos Orione chegou a ser colocado de lado na campanha de Mato Grosso para ser a sede. Em uma das primeiras reuniões dos integrantes do Estado com a CBF sequer foi chamado. Optou em trabalhar nos bastidores, na conversa direta e reservada com Teixeira.
Aos 72 anos e há 23 anos como presidente da FMF, isso sem contar o tempo em que ficou como interventor, “Barão”, como gosta de ser chamado, não liga, pelo por enquanto, em não ter os holofotes direcionados a si. Entretanto, não esconde que sua influência será fundamental para que Mato Grosso seja escolhida como uma das sedes. Lembra que em suas duas décadas de gestão conseguiu trazer para o Verdão a seleção brasileira para importantes amistosos, a seleção olímpica, a seleção feminina e vários dos principais times do futebol brasileiro como Flamengo, Corinthians, São Paulo, Grêmio, Vasco, Fluminense e agora o Internacional, que dia 18 joga contra o União pela Copa do Brasil. “Se não fiz mais pelo futebol de Mato Grosso foi por falta de apoio”, costuma dizer, garantindo que seu sonho é encerrar sua atividade como dirigente vendo a Copa em Cuiabá e sendo um de seus principais organizadores.
Orione evita falar de sua relação com as autoridades do governo do Estado quando o assunto é Copa, mas alerta que vem trabalhando de forma incansável e solitária. Lembra da amizade que tem com o presidente da CBF, Ricardo Teixeira, da certeza que o dirigente será a peça mais importante nesta escolha que a FIFA fará entre Cuiabá e Campo Grande. Certo da vitória cuiabana lança um desafio. “O que Campo Grande apresentou nos últimos 20 anos para o futebol no Centro-Oeste? Não teve jogos da seleção. Poucos dos grandes times brasileiros estiveram por lá. Não tem nenhum time disputa uma das três principais divisões do futebol estadual. Nós temos Mixto e Luverdense”, completa.
Indagado sobre sua visita em janeiro a Ricardo Teixeira e a influência que exerce junto a FIFA, por ter sido vários vezes delegado da CBF em competições internacionais, como das seleções Sub-20 e até em amistosos da seleção principal, o “Barão” diz que foi sim ao Rio de Janeiro fazer lobby, mas não confirma se Mato Grosso já está na lista das cidades aprovadas. “Fiz a minha parte. Coloquei toda a minha influência em jogo. Agora esta a parte do governo do Estado. Eles precisam mostra o que realmente vão fazer. Vamos esperar”, diz com um sorriso maroto, que não consegue esconder a certeza de que a Copa virá para Cuiabá.