Se não der dentro da quatro linhas, o Tribunal de Justiça Desportiva (TJD) da Federação Mato-grossense de Futebol (FMF) define o resultado do jogo. É desta forma que o Campeonato Estadual de Futebol da Primeira Divisão deste ano se desenha para conhecer os finalistas do torneio, que oferece duas vagas à Copa do Brasil do próximo ano. Na última quarta-feira, um segundo recurso judicial foi protocolado na entidade organizadora da competição.
Desta vez, o Cacerense Esporte Clube aciona o Clube Esportivo Operário Várzea-grandense, acusado ter relacionado o volante Lê de forma irregular na estreia do time no Estadual no clássico diante do Mixto – o Tricolor venceu o Alvinegro de virada por 3 a 2. Mesmo não entrando na partida, o jogador, expulso na final do Estadual do ano passado quando defendia o Sinop, estava na lista dos 18 jogadores relacionados para o confronto.
Pela legislação desportiva, em especial a que rege o futebol brasileiro, o jogador não tinha que ser relacionado. O caminho seria o cumprimento automático da suspensão, algo que não foi evitado pela diretoria do Operário.
Ao contrário do caso que envolve Dom Bosco e União, esta ação do time de Cáceres pode alterar a baixa de parte da Chave A do campeonato, o qual o Cacerense foi rebaixado à Segunda Divisão, somando apenas três pontos na tabela de classificação. Por sua vez, o ‘Chicote’ da Fronteira encerrou sua participação no torneio na quarta e penúltima colocação com sete pontos ganhos. A pena prevista para este tipo de irregularidade é a perda de seis pontos. Se o TJD entender que houve irregularidade, o Operário pode ser punido com a retirada de seis pontos, ficaria com apenas um, o que acarretaria em seu descenso à Segunda Divisão do Mato-grossense de 2018.
Atual presidente do Cacerense, Paulo César de Souza Leite, se diz seguro do recurso impetrado. O dirigente compara a situação a mesma do Dom Bosco que acusa o União de ter escalado Calado e Kauã nas primeiras rodadas do Estadual, onde deveriam poupá-los para cumprir a pena dada pelo tribunal ano passado de dois jogos para cada um deles. “Só estamos buscando o nosso direito no campo judicial. O regulamento do campeonato vale para todo mundo. Quem descumprir tem que se punido. Não é o caso do Cacerense”.