O último time de fora do Estado de São Paulo que conseguiu o título de campeão brasileiro foi o Cruzeiro, em 2003. Comandado por Wanderley Luxemburgo, hoje treinador do Palmeiras, o time mineiro arrematou naquele ano, além da competição nacional, o título estadual e o da Copa do Brasil. Desde então, a taça de campeão brasileiro não saiu mais das mãos dos paulistas, que levantaram o troféu com Santos (2004), Corinthians (2005) e São Paulo (2006, 2007 e 2008).
Neste sábado, dia 9 de maio, quando a bola começar a rolar para valer no Campeonato Brasileiro de 2009 da Série A, é justamente contra essa soberania que os 14 times de fora de São Paulo começarão sua árdua luta. Grêmio, Internacional, Flamengo, Botafogo, Fluminense, Cruzeiro, Atlético-PR e outras forças, detentoras de títulos nacionais ou não, tentarão brecar a sequência de conquistas dos paulistas, que já dura cinco anos.
A almejada meta, no entanto, não será fácil. Palavra de quem entende muito do assunto. “A hegemonia paulista existe porque os times se preparam melhor. Este ano irá aumentar, pois Corinthians e Santos se prepararam melhor. Pode dar um paulista novamente”, apostou o técnico Muricy Ramalho, comandante do São Paulo, atual tricampeão nacional.
Último time a conseguir tal façanha, o Cruzeiro, campeão mineiro, entrará empolgado para a competição, mesmo ciente da maior força dos paulistas. “A supremacia do futebol paulista em relação aos outros é evidente, até pelo número de clubes com melhor nível técnico que possui. São Paulo é quase um país”, comparou Valdir Barbosa, diretor da Raposa. “Mas temos conseguido montar bons times e entraremos na disputa para sermos campeões”, completou.
Outro campeão estadual que está de olho no fim da hegemonia paulista é o Internacional, de Nilmar, Taison, D”Alessandro e companhia. O Colorado gaúcho, que também é um dos favoritos ao título da Copa do Brasil, quer ganhar tudo o que disputar no ano de seu centenário, e isso inclui o troféu de campeão nacional, que ficou próximo do Beira-Rio em 2005 e 2006.
A força do Internacional é tanta que até o técnico do Palmeiras, Wanderley Luxemburgo, colocou a equipe gaúcha como forte postulante ao título. “Esse Brasileiro será muito duro e não dá para apontar somente um time. Inter, Palmeiras, Cruzeiro, Flamengo, São Paulo e Corinthians chegarão fortes”, apontou.
Enfraquecidos pela ausência do Vasco, rebaixado para a Série B, os cariocas tentarão quebrar um jejum de títulos que dura desde 2000, quando o time de São Januário superou o São Caetano e levou o troféu de campeão brasileiro para o Rio de Janeiro. A “bola da vez” no estado é o Flamengo, que contará com os gols de Adriano para entrar motivado na competição.
“Acredito que esse grupo é muito bom, mas precisamos nos preparar para eventuais perdas”, alertou o técnico Cuca, finalmente livre do estigma de “azarado” que o perseguia. “Estou em um grande clube e preciso continuar vencendo. É muito bom acordar campeão”, comemorou o treinador, que pode perder Ibson e Jônatas, com contratos por vencer, além de Léo Moura e Bruno, na mira de clubes do exterior.
Campeão invicto em Pernambuco, façanha alcançada nos estaduais também pelos favoritos Cruzeiro, Corinthians e Internacional, o Sport segue vivo na Libertadores da América, mas não pretende tratar o início da competição nacional com irresponsabilidade. “Não tem essa de priorizar. Por enquanto, nossos jogos do Brasileiro serão no final de semana e, por isso, quero usar força máxima sempre”, avisou o técnico Nelsinho Baptista.
Outros dois rubro-negros que entram na competição com o status de campeões estaduais são Atlético-PR e Vitória. Após superarem os principais rivais e levarem mais uma taça para a sala de troféus, a missão é fazer um bom papel na Série A. Os paranaenses apostam em Geninho, comandante da equipe na conquista do título brasileiro de 2001, para surpreender o país novamente.
O Vitória, que tem como técnico o experiente Paulo César Carpegiani, sonha em manter Bida, na mira do Fluminense, no meio-campo e Neto Baiano, artilheiro do estadual, que interessa ao Santos, na linha de frente, para, com a força do conjunto, galgar os lugares mais altos da tabela.
Completando o rol dos campeões estaduais que pretendem brigar pelo título estão Goiás e Avaí. O time do Centro-Oeste é sempre um “problema” para os mais tradicionais do país e alterna boas campanhas com momentos de instabilidade. O Avaí, um dos caçulas da elite, tem na figura do técnico Paulo Silas o sinônimo de força, perdida com a queda do Figueirense para a Segundona no Brasileirão de 2008.