Um gol de falta de Neymar, contando com a colaboração da barreira no primeiro tempo, e outro de Luan, com a ajuda do goleiro Bonilla no segundo, colocaram a Seleção Brasileira nas semifinais do torneio de futebol masculino dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro. Os lances definiram a vitória por 2 a 0 do time anfitrião em uma partida pegada contra a Colômbia, na noite deste sábado, Itaquera.
Honduras será a adversária do Brasil, às 13 horas (de Brasília) de quarta-feira, no Maracanã – mesmo palco da decisão de sábado. Mais cedo, no Mineirão, a seleção caribenha obteve a sua classificação ao ganhar da Coreia do Sul também por 1 a 0, com gol de Alberth Elis.
A outra semifinal das Olimpíadas terá o confronto de dois algozes brasileiros, às 16 horas (de Brasília) de quarta-feira, em Itaquera. A Nigéria, que eliminou a equipe nacional nos Jogos de 1996, em Atlanta, enfrentará a Alemanha, campeã do mundo em 2014 com direito a uma goleada por 7 a 1 sobre o Brasil na semifinal.
O jogo – A Colômbia não se incomodou com as vaias do público paulista e, sem qualquer timidez, iniciou a partida no campo de ataque. Para colaborar com o ímpeto do time adversário, Weverton continuava a assustar a torcida brasileira. Aos 11 minutos, o goleiro recebeu um recuo de Rodrigo Caio, atrapalhou-se diante de Preciado e provocou um alarido em Itaquera antes de finalmente se livrar da bola.
Havia histeria também quando o Brasil avançava. Novamente com dificuldades no seu setor criativo – Luan e Neymar se revezavam na função de armador central e de falso centroavante –, a equipe de Rogério Micale se deixava levar pelos gritos eufóricos dos torcedores quando estava no ataque e não tinha paciência nem imaginação para acuar os colombianos.
Aos 11 minutos, no entanto, a Seleção Brasileira ganhou um bom motivo para se acalmar. Neymar se apresentou para uma cobrança de falta e buscou o canto. A barreira da Colômbia abriu completamente, e o goleiro Bonilla não alcançou a bola: 1 a 0.
Os torcedores que um dia gritaram o nome de Marta, estrela do time nacional feminino, apenas para provocar Neymar, agora o reverenciavam. A expectativa era de que aquele ambiente trouxesse tranquilidade para o Brasil, que permaneceu pouco inventivo quando tinha a bola nos pés (apesar dos 53% de posse de bola).
A Colômbia também não empolgava, mas estava ainda mais determinada a atacar. Como aos 24 minutos, quando Weverton saiu mal do gol em uma cobrança de falta e viu Palacios, na sobra, bater para cima da meta.
Neymar tentou entrar em cena para dar o controle do jogo ao Brasil. Valorizou bastante uma falta sofrida na lateral do campo, por exemplo, e Gabriel cedeu o lateral para que o companheiro recebesse atendimento médico. Como a Colômbia não devolveu a bola ao Brasil, o capitão do time amarelo se revoltou e cometeu falta dura em Roa.
Iniciou-se uma confusão, com empurrões dos dois lados. Neymar recebeu um cartão amarelo e ouviu um sermão do árbitro turco Cuneyt Cakir, assim como o experiente centroavante colombiano Teófilo Gutiérrez. “Vocês deram um monte. Eu não posso dar uma?”, reclamou Neymar para o adversário.
O atacante sofreria outras entradas. Sob os gritos de “timinho”, a Colômbia gastou os minutos finais do primeiro tempo perseguindo Neymar, que desceu irritado para os vestiários. Do outro lado, o técnico Carlos Alberto Restrepo, temendo uma expulsão, voltou de lá com Pérez e Miguel Borja nos lugares dos pendurados Barrios e Preciado.
A Colômbia queria mudar também a sua postura, sendo mais agressiva em Itaquera. Alcançou o objetivo em pouco tempo, fazendo Weverton trabalhar em uma sequência de firmes conclusões. Com Micale em pé à beira do campo, o Brasil respondeu com velocidade e chegou a reclamar de pênalti de Balanta, que acertou a bola com o braço em chute de Luan, dentro da área.
A Seleção ainda teve mais algumas chances de ampliar – a melhor delas em uma cabeçada de Rodrigo Caio, defendida por Bonilla, após cobrança de falta – antes de Rogério Micale resolver entrar em ação. Sem querer se arriscar, o técnico trocou o atacante Gabriel, apagado em campo, pelo volante Thiago Maia, liberando Renato Augusto para apoiar o ataque.
A alteração serviu para deixar o jogo mais morno. Até a torcida silenciou. Só voltaria a se manifestar com mais intensidade aos 38 minutos, quando Luan arriscou o chute de fora da área, percebendo Bonilla adiantado, e fechou a contagem para a Seleção. Àquela altura, o público já festejava a vaga nas semifinais. “O campeão voltou!”, entoavam os brasileiros, repetindo o coro que ecoou na Fonte Nova quando o Brasil fez 4 a 0 sobre a Dinamarca – depois de frustrantes empates por 0 a 0 com África do Sul e Iraque.