Pela quarta vez em sua história, a Seleção Brasileira terá a oportunidade concreta de brigar pela medalha de ouro nos Jogos Olímpicos. A conquista seria inédita e colocaria fim a uma luta dourada que começou ainda na década de 50.
O time canarinho, pentacampeão mundial e de diversas conquistas sul-americanas e intercontinentais, jamais sentiu o gostinho de ocupar o lugar mais alto do pódio nas Olimpíadas.
Muito pelo contrário, as Olimpiadas, na maioria das vezes, são de tristes lembranças para o Brasil, que já foi eliminado pela Nigéria e por Camarões no gol de ouro e teve que se contentar com a prata em três ocasiões. Treinadores como Vanderlei Luxemburgo e Mano Menezes não resitiram a uma má campanha olímpica. Pressão que Rogério Micale, em uma menor escala por não dirigir o time principal, vai ter que conviver.
A HISTÓRIA
A história brasileira nas Olimpíadas é de fracasso. O Brasil participou pela primeira vez em 1952, em Helsique, na Finlândia. O principal destaque do time era o atacante Vavá, mas os brasileiros foram eliminados na segunda fase pela Alemanha. A Seleção Brasileira, com Gérson no meio-de-campo, retornou aos Jogos Olímpicos em 1960, mas não passou da primeira etapa. Sem estrelas, o Brasil também sucumbiu na primeira fase em 1964 e em 1968.
Passaram alguns anos até que em 1976, em Montreal, o time conseguiu chegar às semifinais. Com jogadores como o zagueiro Edinho e o lateral esquerdo Júnior, o Brasil ficou em quarto lugar, perdendo para a União Soviética na disputa do bronze por 2 a 0.
Sem contar com o prestígio da CBF, em 1984 o Brasil enviou um time formado por representantes do futebol gaúcho e tendo Jair Picerni como técnico. Foi o suficiente para, quando ninguém esperava, os canarinhos ganharem a primeira medalha: prata. O ouro foi impedido pela sempre algoz França, que ganhou por 2 a 0 na final.
A prata voltou a se repetir em 1988, só que dessa vez com um verdadeiro timaço comandado por Carlos Alberto Silva. Taffarel, Bebeto, Romário e companhia perderam a final para a União Soviética; 2 a 1.
De fora de 1992, em Barcelona, o Brasil retornou aos Jogos em 1996, quando a equipe do técnico Zagallo, que tinha Ronaldo e Bebeto no ataque, foi eliminada nas semifinais pela Nigéria, com um gol de ouro de Kanu. Na disputa pelo bronze o Brasil goleou Portugal por 5 a 0.
Já em 2000, em Sydney, na Austrália, o técnico Vanderlei Luxemburgo foi demitido após a eliminação nas quartas de final para Camarões, também com o gol de ouro. Os camaroneses terminaram a partida com menos dois jogadores, no maior vexame canarinho no torneio. Ronaldinho Gaúcho era o astro do Brasil na ocasião.
O trauma foi tanto que o Brasil sequer se classificou para Atenas-2004. Já na edição de Pequim, em 2008, com Ronaldinho Gaúcho em campo e com Dunga como técnico, o Brasil ficou com o bronze, vencendo a Bélgica por 3 a 0 na disputa dos Jogos Olímpicos. Os brasileiros não puderam disputar o ouro porque perderam nas semifinais para a Argentina por 3 a 0.
Já na última edição, em Londres, o time era dirigido por Mano Menezes e chegou sem maiores sustos para a decisão, onde perdeu para o México por 2 a 1.
Se a Seleção Brasileira não sentiu o gostinho do título, a sua principal rival, a Argentina, é bicampeã, tendo ficado com o ouro em 2004 e 2008. Outro tradicional adversário do Brasil, o Uruguai, também foi campeão duas vezes. Porém nenhuma equipe ganhou mais a medalha de ouro do que a Hungria, campeã em três ocasiões.
A Alemanha, unificada, jamais sentiu o gostinho de uma final olímpica. A Alemanha Oriental, porém, foi ouro em 1976, batendo a Polônia em uma final “socilalista”. Abaixo o número de títulos por país e a relação de campeões olímpicos:
OURO POR PAÍS
Hungria: 3
Argentina: 2
Grã-Bretanha: 2
União Soviética: 2
Uruguai: 2
Alemanha Oriental: 1
Bélgica: 1
Camarões: 1
Nigéria: 1
Espanha: 1
França: 1
Iugoslávia: 1
Itália: 1
México: 1
Polônia: 1
Suécia: 1
Tchecoslováquia: 1