O sonho da medalha de ouro em Jogos Olímpicos, inédita para o futebol brasileiro, acabou adiado por pelo menos mais quatro anos. Na tarde deste sábado, no tradicional Estádio de Wembley, a Seleção fracassou novamente ao tentar o único título que falta para a galeria da modalidade no País. Derrota por 2 a 1 para o México e nova medalha de prata no evento. O camisa 9 Oribe Peralta, por duas vezes, foi o responsável por consagrar os mexicanos. Hulk, nos descontos, ainda promoveu uma pequena dose de esperança à torcida.
A derrota para o México na decisão dos Jogos Olímpicos de Londres aumenta a pressão em cima de Mano Menezes para a sequência de seu trabalho visando a Copa do Mundo de 2014. Porém, uma demissão imediata significaria uma mudança brusca em relação ao discurso adotado pelo presidente da CBF, José Maria Marin, na semana que antecedeu a decisão no Estádio de Wembley. O problema é a imprevisibilidade do novo mandatário.Apesar de dizer que vai promover um balanço geral após a Olimpíada e que sempre avaliaria o trabalho de um treinador por resultados, Marin mostrou proximidade com Mano Menezes durante os Jogos Olímpicos. Participou de churrasco, posou para fotos e fez elogios ao trabalho do treinador, que segundo ele está no caminho certo .
Marin avalia que as convocações estão atendendo o que Brasil tem de melhor pelo mundo e que o torcedor já consegue repetir a escalação de uma base. Antes, o novo presidente dizia que não gostaria de ser surpreendido com nomes estranhos e se preocupava com a variação de convocados a presença de jogadores atuando em países sem tradição no futebol.
A principal preocupação de Marin é com a Copa do Mundo de 2014, cuja base deve ser mesma desta Olimpíada. Dos 11 titulares que iniciaram a partida contra o México, Thiago Silva, Marcelo, Neymar, Oscar e Leandro Damião também são referências no time principal. O trabalho para a Copa do Mundo de 2014 tem como partida o que foi feito na Olimpíada de Londres.
Porém, conta muito contra o técnico as lembranças com a eliminação da Copa América de 2011 para o Paraguai nas quartas de final e as derrotas nos amistosos contra os grandes do futebol mundial Argentina, França e Alemanha. A prata na Olimpíada entrará no rol de fracassos do treinador.
Acima de tudo, porém, está a imprevisibilidade de como Marin procede. Será a primeira vez em 22 anos que um presidente diferente de Ricardo Teixeira vai agir diante de um fiasco. Depois da eliminação na Copa América, Teixeira mandou um recado via assessoria assegurando Mano. Resta saber qual será a atitude de Marin, que já avisou que o balanço geral da Olimpíada acontecerá no Brasil em uma reunião de diretoria.