No último amistoso antes da estréia na Copa do Mundo diante da Croácia, o Brasil encarou a Nova Zelândia em Genebra, na Suíça, e se despediu da “terra do chocolate” com mais uma bela vitória: 4 a 0.
O “quadrado mágico” não repetiu o mesmo desempenho apresentado na partida contra o combinado de Lucerna, e apenas Kaká e Ronaldo conseguiram se destacar em campo na etapa inicial. Dos pés da dupla, aliás, saiu primeiro gol brasileiro. Kaká fez lindo lance pela direita e cruzou para o Fenômeno concluir, de primeira, sem chances para Moss.
Na etapa final, com Robinho substituindo Ronaldo, a produção do quadrado subiu muito e, logo aos cinco minutos, o ex-santista fez lindo lance e rolou para Adriano, que encheu o pé e não deu chances para o goleiro: 2 a 0.
Mesmo com muitas substituições no decorrer do segundo tempo, o Brasil continuou criando chances para construir uma goleada, mas pecou na falta de pontaria e, principalmente, na boa atuação do goleiro Moss. O neozelandês evitou, no mínimo, mais quatro gols brasileiros, mostrando boa colocação e elasticidade.
Moss não conseguiu evitar, no entanto, dois lindos gols, o primeiro deles, de Kaká. O meia do Milan fez fila na defesa e entrou na área, tocando com categoria para balançar as redes e receber os aplausos do público suíço: 3 a 0 Brasil.
Já nos acréscimos, Juninho Pernambucano recebeu lançamento de Ricardinho e tocou bem, fechanco o placar para alegria dos torcedores: 4 a 0.
O jogo: Mesmo sem encontrar muitas dificuldades para chegar perto do gol neozelandês, o Brasil demorou para se encontrar em campo. Por conta disso, as duas primeiras grandes oportunidades surgiram apenas no momento em que os laterais resolveram se arriscar no ataque. Roberto Carlos, com um chute forte, de curva, fez o goleiro Moss ceder escanteio e Cafu, em duas oportunidades, chegou livre pela direita em condições de abrir o marcador, mas não conseguiu acertar o alvo.
O “quadrado mágico” não encantava e apenas dois dos vértices, Kaká e Ronaldo, mostravam certa lucidez. Foi dos pés do camisa oito, cobiçado para ser o novo “galáctico” do Real Madrid, que saíram as principais jogadas da equipe de Carlos Alberto Parreira. Na melhor delas, depois de bom lance pela direita, Kaká encontrou Adriano, que cruzou na cabeça de Ronaldo, mas o gol não saiu.
O Brasil passou, então, a forçar o ritmo e bombardear o gol defendido por Moss, mas seguiu pecando demais na finalização. Adriano, duas vezes, Kaká e até Lúcio, de dentro da pequena área, tentaram, sem sucesso, tirar o zero do placar, mas o gol só saiu graças à boa colocação de Ronaldo.
Depois de passar quase dez minutos entrando e saindo do gramado para tentar sanar uma dor no tornozelo esquerdo causada por uma bolha, o Fenômeno previu um lance genial de Kaká e apenas esperou o garoto do Milan fazer fila pela direita e cruzar. Bem colocado, o camisa nove bateu de primeira e levou a seleção em vantagem para os vestiários. Ronaldo ainda acertou a trave no lance final, mas o placar do primeiro tempo ficou mesmo no 1 a 0.
Sem Ronaldo, que acabou “vencido” pela bolha no pé, o Brasil reeditou o quadrado campeão da Copa das Confederações, com Robinho como seu novo vértice. Em sua primeira jogada, o “Rei das Pedaladas” fez jus ao apelido ao passar por um zagueiro e rolar para Adriano. No pé de ferro, o centroavante da Inter ganhou a jogada e soltou o pé, marcando um lindo gol e colocando 2 a 0 no placar logo aos cinco minutos.
Com muita facilidade, os brasileiros chegavam à frente do gol de Moss a todo instante. Mais ligado no jogo, Ronaldinho Gaúcho acertava lançamentos milimétricos para os companheiros, e as chances não paravam de acontecer. Aos 12 minutos, o melhor do mundo encontrou Kaká livre no meio da área, mas o toque, por cobertura, encobriu o travessão neozelandês. Na seqüência, em cobrança de falta ensaiada, Gaúcho rolou e Roberto Carlos obrigou Moss a realizar difícil intervenção.
Preocupado em poupar a equipe para a estréia, Parreira sacou Roberto Carlos, Emerson e Zé Roberto, promovendo as entradas de Gilberto, Gilberto Silva e Juninho Pernambucano. As chances, embora mais remotas, continuaram acontecendo e Robinho, depois de pedalar para cima da zaga rival, por pouco não marcou um golaço, esbarrando nas mãos de Gwen Moss, o melhor em campo do time da Nova Zelândia.
O goleirão brilhou mais uma vez aos 27 minutos, depois de ver Ronaldinho Gaúcho fazer lindo lance e cruzar na cabeça do zagueiro Juan. Muito bem colocado, Moss fez a defesa e impediu novamente o terceiro gol brasileiro. Parreira ainda sacou o cansado Cafu para a entrada de Cicinho e trocou Gaúcho por Ricardinho.
O lateral, inclusive, arrancou aplausos de Parreira aos 38 minutos, ao dar duas fintas no zagueiro e fuzilar Moss, que fez sua última grande defesa no jogo. Aos 40, depois de Kaká, o melhor da seleção, arrancar como um tanque em direção à área, Moss nada pôde fazer, a não ser olhar, atônito, o gol mais bonito da tarde: 3 a 0 Brasil.
Lúcio ainda fez o seu, mas o árbitro anulou alegando impedimento. Quando Ricardinho tocou para Juninho Pernambucano, no entanto, não houve árbitro para atrapalhar. Com categoria, o meia do Lyon tocou para o gol e finalizou o show: 4 a 0.
O time brasileiro segue agora para Konigstein, local onde trabalhará durante toda a primeira fase da Copa do Mundo. O primeiro desafio rumo ao hexa acontece no próximo dia 13, em Berlim, diante da Croácia.