Com chave de ouro. Foi assim que a seleção brasileira fechou a sua participação na primeira fase da Copa das Confederações neste domingo. Com direito a uma vitória por 3 a 0, o time de Dunga eliminou a atual campeã mundial Itália e confirmou a classificação às semifinais com 100% de aproveitamento.
O resultado ainda fez o Brasil escapar de um duelo prematuro com a sensação Espanha. Ao avançar como primeiro do grupo B, com nove pontos, a equipe canarinho encarará a África do Sul de Joel Santana na semi. O duelo acontece na próxima quinta-feira, às 15h30 (de Brasília), em Joanesburgo.
A outra semifinal (quarta-feira, em Bloemfontein) será disputada entre a Fúria e os Estados Unidos, que derrotaram o Egito por 3 a 0, neste domingo, e se classificaram como segundo colocados do grupo B no critério de gols marcados. Africanos, norte-americanos e italianos terminaram com três pontos ganhos.
Com Ramires e André Santos novamente entre os titulares, a equipe verde-amarela dominou o jogo e construiu a vitória no primeiro tempo graças a dois gols de Luís Fabiano, artilheiro da Copa das Confederações ao lado dos espanhóis Villa e Torres, com três tentos, e Dossena, que marcou contra a própria meta. Na etapa final, reduziu o ritmo e administoru a vantagem.
A derrota amplia a crise da Azzurra, que não se encontrou desde a conquista do tetracampeonato no Mundial de 2006 (foi eliminada logo nas quartas de final da Eurocopa e tem a ameaça da Irlanda no grupo 7 das Eliminatórias da Copa). Marcello Lippi reassumiu o cargo no lugar de Roberto Donadoni, mas começa a sofrer muita pressão. Depois da derrota para o Egito, na segunda rodada, a imprensa local já havia chamado os jogadores de múmias.
Por fim, o tradicional rival amarga uma nova derrota para os brasileiros exatos 39 anos depois da conquista do tricampeonato mundial pelo time canarinho. No dia 21 de junho de 1970, o Brasil disparou 4 a 1 para cima da Itália no estádio Azteca.
O jogo: Precisando do resultado, a Itália tentou tomar maior iniciativa no início da partida, apostando principalmente no jogo aéreo, mas deixou espaços na defesa. O Brasil se aproveitou e criou a primeira grande chance: Luís Fabiano avançou em velocidade e tocou para Ramires, que carimbou a trave de Buffon.
E o duelo seguia favorável ao time canarinho, que chegou com perigo por três vezes em pouco mais de três minutos. Na melhor oportunidade, Kaká lançou Luís Fabiano em profundidade e o artilheiro só não finalizou graças a uma corajosa saída de Buffon, que ficou com a bola e salvou os italianos.
Aos poucos , porém, a Azzurra acertou a defesa e dificultou a penetração brasileira. Aos 23 minutos, Dunga foi obrigado a fazer a primeira modificação na equipe. O zagueiro Juan sentiu contusão e deu lugar a Luisão. Em seguida, Camoranesi acertou bonito chute de primeira de fora da área e assustou Júlio César.
Mas a resposta brasileira foi imediata. Maicon cruzou com precisão para Luís Fabiano, que quase marcou de cabeça. Depois foi a vez de o capitão Lúcio roubar a cena na frente. Primeiro o zagueiro fez linda jogada pela direita e cruzou. A bola bateu em De Rossi e em seguida na trave. Depois, desviou de primeira escanteio e fez Buffon trabalhar.
O gol brasileiro era questão de tempo. E saiu aos 37 minutos. Maicon tentou chute, mas não pegou em cheio na bola. Atento, Luís Fabiano dominou na área, se livrou do marcador e bateu firme para abrir o placar. Foi o suficiente para desmontar o time dos atuais campeões do mundo.
Aos 43 minutos, uma jogada digna do futebol brasileiro. Luís Fabiano tocou para Robinho, que achou Kaká livre na direita. O camisa dez cruzou, Robinho deixou a bola passar e Luís Fabiano estufou as redes. Dois minutos depois, o jogador do Manchester City novamente apareceu bem. Avançou em velocidade pela direita e cruzou. Dossena tentou cortar, mas mandou para o fundo das próprias redes.
No desespero, Lippi mandou a Itália para o segundo tempo com o atacante Pepe no lugar do meio-campista Montolivo e gastou sua última alteração pouco depois (Gilardino substituiu Luca Toni). O time europeu passou a ficar mais tempo com a posse de bola, mas não encontrava espaços para finalizar.
Com isso, o Brasil passou a jogar nos contra-ataques. Foi depois de um deles que Luís Fabiano sofreu falta, cobrada para fora por André Santos, e Robinho quase marcou o quarto. Já a Azzurra chegou com Dossena e Pepe, mas Júlio César apareceu bem nos dois lances.
Diante da vantagem, a seleção relaxou e deixou a Itália crescer. Mas Júlio César, sempre seguro, fez sua parte com mais duas boas intervenções, após tentativas de Gilardino e Rossi. Kaká respondeu para o Brasil após receber bom passe de Robinho, mas mandou para fora.
A partir dos 30 minutos, os italianos ganharam um incentivo externo. Os Estados Unidos fizeram 3 a 0 no Egito e os europeus dependiam de apenas um gol para sobreviver na competição. Desorganizados, os atuais campeões do mundo se lançaram para frente, mas, diante de uma segura atuação da zaga rival, não evitaram o vexame da eliminação.