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Brasil faz teste final para enfrentar Espanha

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A Fifa define a Copa das Confederações como um torneio preparatório para a Copa do Mundo. Funcionou da mesma forma para Luiz Felipe Scolari. O técnico de uma Seleção Brasileira que ocupa apenas a 22ª colocação no ranking da entidade enfim encontrou a sua formação ideal, despertou a ousadia e a alegria do astro Neymar, venceu adversários com títulos mundiais no currículo e cativou a torcida local. Seu teste final será às 19 horas (de Brasília) deste domingo, na decisão do Maracanã. Contra a atual campeã mundial Espanha.

"Se formos campeões, nós mandaremos, sim, um recado para todas as outras seleções, avisando que estamos no caminho certo para disputar o título mundial de 2014 em igualdade de condições com mais sete ou oito equipes. Podemos fazer isso mesmo não ganhando a final, desde que joguemos bem. Era esse o nosso propósito quando começamos a campanha da Copa das Confederações. Será um dia especial para mandar essa mensagem para todos, principalmente ao nosso torcedor, que é o que mais nos interessa", discursou Felipão.

Na liderança do ranking da Fifa e com um estilo de jogo já consagrado, sempre com predomínio absoluto de posse de bola, os espanhóis inspiram bastante cuidado na hora de o Brasil dar o seu recado. "A Espanha é atualmente a melhor seleção do mundo. A gente sabe disso e respeita. Mas não podemos ter medo de arriscar as nossas jogadas e de fazer o nosso melhor pelo Brasil. Devemos jogar como se estivéssemos treinando", sugeriu o atacante Neymar, que aprenderá mais sobre o estilo espanhol quando começar a defender efetivamente o Barcelona.

Acostumado a enfrentar os catalães, pois atua no Real Madrid, o lateral esquerdo Marcelo divergiu um pouco do seu amigo. Segundo ele, o Brasil mostrou que pode vencer também com um futebol feio ao sofrer para superar o Uruguai por 2 a 1 na semifinal. "Foi um jogo com mais porrada, com todo o mundo dando carrinho. Ninguém aqui pensa em jogar só para a frente. Se precisar, estamos preparados para adotar o mesmo estilo briguento de novo", avisou, bastante confiante para a decisão.

Quem não está mais tão briguento é Felipão. O técnico credita a sua calmaria aos conselhos do coordenador Carlos Alberto Parreira e do inseparável auxiliar Flávio Teixeia, o Murtosa, mas não pode negar que os motivos para se preocupar menos são outros. Sua Seleção já tem uma escalação definida – contra os espanhóis, o time será mantido novamente, apesar da gripe do volante Paulinho e das pancadas sofridas pelos zagueiros Thiago Silva e David Luiz diante dos uruguaios. Mais do que isso, ganhou um décimo segundo jogador.

"A torcida entendeu o que queríamos quando dissemos que ela poderia fazer a diferença no Brasil. O que acontece na hora do Hino Nacional é algo fora de série", enalteceu Felipão, referindo-se ao fato de o público ter se habituado a cantar a música à capela após as interrupções precipitadas dos alto-falantes dos estádios. "Todos estão muito emocionados com isso. Os torcedores têm feito a diferença a nosso favor", concordou Neymar, que recebe carinho especial não só do público, porém principalmente por parte da comissão técnica.

Do outro lado, a Espanha já se acostumou a jogar com torcida contra. O bom momento fez com que o time dirigido por Vicente del Bosque enfrentasse hostilidade do público em todas as suas partidas disputadas no Brasil. "Mas isso não vai influenciar em nada. Nós nos sentimos respeitados e admirados aqui, apesar de os torcedores não terem estado a nosso favor. Não creio que isso afete ninguém. Todos os nossos jogadores são maduros para lidar com essa situação", garantiu o técnico, muito elogioso aos anfitriões. "Eles têm um time excelente, que evoluiu na Copa das Confederações depois de passar algum tempo sem jogos oficiais."

Em comum com os brasileiros, os futuros companheiros de Neymar no Barcelona também consideram o confronto do Maracanã um teste final. Ganhar da seleção pentacampeã do mundo no Rio de Janeiro representaria a consagração derradeira da geração liderada por Xavi e Iniesta. "Sem dúvida", concordou o primeiro. A animação com essa oportunidade é tamanha que os jogadores espanhóis abdicaram (ao menos aparentemente) das festas já promovidas com prostitutas em suas concentrações em solo brasileiro – alguns chegaram até a insinuar que essas polêmicas foram inventadas com o único objetivo de desestabilizar o time de Del Bosque.

"Mas não vejo como um problema o fato de os torcedores brasileiros apoiarem os adversários que nos enfrentam. É algo pitoresco e deve ser encarado como tal. Ainda assim, estou convencido de que todos queriam ver uma final entre Brasil e Espanha. Será uma prévia do que pode acontecer na Copa do Mundo, com dois times que contam com grandes jogadores. Temos que desfrutar desse momento", comentou o goleiro Casillas, um dos heróis da difícil classificação nos pênaltis diante da Itália, na semifinal.

Por fim, Del Bosque fez questão de mais uma vez retribuir o respeito que a Espanha inspira na 22ª melhor seleção do mundo, segundo a Fifa. O treinador elogiou nominalmente até mesmo um atacante que não coleciona muitos fãs no Brasil. "O Hulk é diferente, fantástico, assim como o Neymar", enalteceu. "Os dois laterais brasileiros também são extraordinários, capazes de desequilibrar uma final. A coluna vertebral da equipe é muito forte. Devemos lembrar que o Brasil tem cinco títulos mundiais e três da Copa das Confederações. Vamos enfrentá-los no Maracanã, com a torcida deles, e isso nos empolga", concluiu o comandante da equipe campeã do mundo e teoricamente favorita.

 

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