O técnico Luiz Felipe Scolari e os jogadores da Seleção Brasileira têm minimizado os pecados que cometeram no empate sem gols com o México, na semana passada. Para provar que estão com a razão, foram à capital federal na tentativa de buscar a classificação às oitavas de final da Copa do Mundo de forma convincente contra a já eliminada equipe de Camarões. O jogo será às 17 horas (de Brasília) desta segunda-feira, no Mané Garrincha.
Com os mesmos 4 pontos ganhos pelo México, pois derrotou a Croácia por 3 a 1 na abertura do Mundial, o Brasil lidera o grupo A e poderá até empatar nessa última rodada. Camarões perdeu os dois jogos que disputou até então, enquanto mexicanos e croatas farão confronto direto por uma vaga na próxima fase na Arena Pernambuco.
De qualquer forma, a seleção africana inspira respeito entre os brasileiros. “Eles virão com o orgulho ferido, com vontade de ganhar da gente, o que também seria um título para eles. Temos consciência de que enfrentaremos um time aguerrido, com muita qualidade, que quer voltar ao seu país com uma vitória sobre o Brasil no Brasil”, advertiu o zagueiro David Luiz, um dos que notaram evolução na Seleção da primeira para a segunda rodada.
Ainda assim, Felipão provavelmente voltará a escalar o Brasil com a formação da partida de estreia. O técnico havia sacado o atacante Hulk, que reclamou de desconforto muscular na coxa esquerda (mas estava recuperado), para a entrada de Ramires contra o México. O meio-campo nacional ficou confuso com a alteração, com dificuldades para transpor a marcação adversária.
Segundo os jogadores, no entanto, o problema da Seleção Brasileira não é meramente tático. Eles têm alegado que o time de Felipão passou a ser mais estudado depois de ser campeão da Copa das Confederações sobre a Espanha (já eliminada da Copa do Mundo), no ano passado. “Não somos a mesma Seleção da Copa das Confederações e nem devemos ser. Copa do Mundo é muito mais difícil”, ponderou o lateral direito Daniel Alves.
Camarões sabe bem o quanto uma Copa do Mundo é mais difícil. Apesar de ter vencido em 19 de junho de 2003 o seu último encontro com o Brasil (por 1 a 0, com gol do astro Samuel Eto’o), justamente em uma Copa das Confederações, o time só ganhou um dos últimos 15 jogos que disputou em Mundiais. Foi em 2002, contra a Arábia Saudita.
Para piorar, Camarões vivenciou discussões entre o elenco e a direção de sua federação por premiação, além de ter perdido Song, expulso na derrota por 4 a 0 para a Croácia. Assou-Ekotto, que brigou em campo com Moukandjo, também deixará o time titular. O veterano Samuel Eto’o, lutando contra um problema no joelho direito, completa a lista de ausências no início do jogo.
“Alguns jogadores se comportaram muito mal, e é por isso que tomamos quatro gols da Croácia. Depois de um resultado como esse, temos que admitir que é uma desgraça. Devemos olhar para o futuro”, conformou-se o técnico alemão Volker Finke. Com tantos problemas para ele, aparentemente só mesmo um pecado capital em Brasília tirará do Brasil a classificação com o primeiro lugar da sua chave.