A Confederação Brasileira de Desporto Universitário e a Federação Africana de Desporto Universitário (Fasu) prepararam um protocolo de intenções para fazer com que atletas e comissões técnicas façam intercâmbios entre Brasil e países da África, participando de competições fora de seus países de origem.
Vice-presidente da confederação e presidente da representação da Federação Internacional de Esporte Universitário nas Américas, Alim Maluf Neto afirmou que agora é preciso que universidades se interessem a participar da construção do convênio.
‘Queremos essa troca de experiências e de know how com a África para capacitar mais os nossos profissionais e permitir a troca de experiência entre os atletas’, disse Maluf, que espera ter times africanos competindo nos Jogos Universitários Brasileiros (JUBs) já no próximo ano.
O presidente da Federação Africana de Esporte Universitário (Fasu), Michael Malumbete Palete, fez uma visita ao JUBs e acompanhou partidas de futsal. Ele destacou que a parceria também pode desmistificar preconceitos sobre o continente africano.
‘O mito de pessoas vivendo com leões em suas casas precisa ser apagado. Nós não somos só pobreza, somos desenvolvimento, somos avanço científico, pesquisa, desenvolvimento em esporte e instalações’, disse o sul-africano. Com o acordo, Malumbete também espera atrair patrocínio para o esporte universitário no continente, uma de suas maiores dificuldades. ‘Há muito mais que pode ser desenvolvido’, diz ele, que defende que os patrocinadores que apoiam universidades e esporte universitário não estão apenas apoiando a formação de bons profissionais. ‘Estarão investindo em um mundo mais pacífico.’
Um acordo do mesmo tipo está sendo costurado com a China, mas a proposta ainda esbarra no desejo dos chineses de promover intercâmbios esportivos mais longos entre os atletas.
Os JUBs deste ano já contaram com atletas africanos no futsal masculino. O time de estudantes foi a Cuiabá representando a Universidade Federal de Roraima, onde estudam por meio do Programa de Estudantes-Convênio de Graduação, que oferece vagas de nível superior no Brasil para estudantes de países em desenvolvimento. Com atletas de diversos países da África, a equipe disputou a terceira divisão da competição.
Edvrard Bambock, de 22 anos, nasceu no Camarões e cursa agronomia na universidade brasileira. Ele está no país há sete meses e brinca que achava que tinha aprendido a falar português quando se deparou com a variedade de sotaques dos atletas dos jogos.