A Seleção Brasileira abriu o placar sem deixar o Uruguai tocar na bola, aos 40 segundos de jogo, e chegou a fazer 2 a 0. Mas Luis Suárez, que ainda não tinha feito gol sobre o Brasil e atuou pela primeira vez desde a suspensão na Copa do Mundo, balançou as redes para definir o empate por 2 a 2 em Recife, nesta sexta-feira.
Um resultado frustrante após o início dos comandados de Dunga, com o gol de Douglas Costa aos 40 segundos e Renato Augusto ampliando, aos 25 do primeiro tempo. Mas David Luiz e Filipe Luis foram decisivos para o rival. Aproveitando bobeira de ambos, Cavani descontou, aos 31 minutos do primeiro tempo. Aos dois do segundo, Suárez aproveitou a lentidão de David Luiz para igualar o marcador.
O Brasil chega a oito pontos, ocupando a terceira colocação, dois pontos e uma posição abaixo do Uruguai nas Eliminatórias Sul-Americana da Copa do Mundo de 2018. O time de Dunga volta a campo às 21h45 (de Brasília) de terça-feira, diante do Paraguai, que também tem oito pontos em cinco rodadas, em Assunção. A seleção celeste recebe o Peru, no mesmo dia, às 20 horas.
O jogo – O Brasil mostrou sua vontade de vencer com eficiência e rapidez. O time nem deixou o Uruguai tocar na bola para abrir o placar. Deu a saída até que Willian gingou de um lado para outro na frente de seu marcador, na ponta direita, e cruzou de canhota na pequena área. Lá, aos 40 segundos, Douglas Costa entrou no meio dos zagueiros para esticar a perna, dando uma solada para balançar as redes.
Os visitantes tentavam administrar a nova estratégia que deveriam tomar rapidamente, e acabaram dando espaço para Neymar sair da área e se mexer com a bola, usando Willian e Douglas Costa como principais opções. Aos oito minutos, o próprio camisa 10 dominou no peito na área, limpou a marcação com uma testada e girou, batendo rente à trave.
Até que o Uruguai conheceu a área brasileira, constatando que não era tão difícil passar por David Luiz e Filipe Luis, contando ainda com as seguidas faltas de Miranda, Fernandinho e Luiz Gustavo em Cavani. Aos 11 minutos, David Luiz e Filipe Luis deixaram Suárez completamente livre, perdendo chance clara na frente da área.
Os comandados de Óscar Tábarez, então, resolveram ter quase todos os seus jogadores no campo adversário, complicando a saída de bola brasileira. O equilíbrio só veio quando a equipe de Dunga passou a ter Luiz Gustavo como líbero, alternando-se à frente ou atrás da dupla de zagueiros, e liberando os laterais para desafogar o jogo.
Assim, Neymar passava a ter opções para tabelar na frente e os anfitriões comandaram a partida, contando com a defesa adversária, sem Godin e Gimenez, machucados. Assim, aos 25 minutos, o astro do Barcelona buscou Renato Augusto nas costas de Álvaro Pereira, que furou. O ex-meia do Corinthians, hoje no futebol chinês, driblou o goleiro Muslera sem tocar na bola, enfiando o pé depois da linda finta para ampliar.
O meio-campo dominado, contudo, fazia o Brasil esquecer de sua defesa. E eles sempre acabam aparecendo. Aos 31 minutos, o pouco habilidoso Álvaro Pereira colocou a bola entre as pernas de Daniel Alves e cruzou para Carlos Sánchez, nas costas de Filipe Luis, ajeitar para Cavani, ignorado por David Luiz, descontar vindo de trás.
O empate quase veio aos 32, quando Miranda cabeceou ajeitando para Suárez, vendo Alisson adiantado, tentar por cobertura e bater para fora. O jogo, contudo, estava aberto e o Brasil tinha mais opções ofensivas. Assim, Neymar parou em Musleta e Douglas Costa jogou fora a conclusão de jogada coletiva, assim como Alisson saiu nos pés de Suárez para evitar o empate.
Óscar Tábarez voltou com Álvaro González no lugar do inútil Cristian Rodríguez, na esperança de mais ações ofensivas no meio-campo. Mas teve mais resultado fazer seus comandados terem consciência da fragilidade individual da retaguarda de Dunga. Primeiro, Filipe Luis deu a bola para Sánchez quase marcar, contando com desvio de David Luiz deslocando Muslera.
O pior aconteceu logo aos dois minutos. Álvaro Pereira tabelou no meio-campo e tocou rasteiro, ciente de que a disputa envolvia David Luiz e Suárez. Conclusão previsível: o brasileiro chegou atrasado, sendo apenas um espectador privilegiado da finalização certeira do atacante do Barcelona para empatar.
A partir daí, os uruguaios tiveram o controle psicológico do jogo, cometendo faltas e provocando. Quando decidiu tocar a bola em vez de brigar, o Brasil parava na estratégia defensiva rival, com quatro na área e outros três na meia-lua. Dunga mexeu no time, trocando Fernandinho, Douglas Costa e Willian por Philippe Coutinho, Ricardo Oliveira e Lucas Lima.
Mas o time só chegaria perto do gol mesmo se o árbitro marcasse pênalti de Cavani agarrando David Luiz, aos 25 do segundo tempo. E ainda precisa agradecer a Alisson, que fez grande defesa em chute de Suárez, aproveitando ajeitada de David Luiz, aos 40 minutos.