Em um duelo de prender a respiração, Bragantino e São Paulo empataram em 3 a 3 e agraciaram seus torcedores com uma das melhores partidas já vistas neste Campeonato Paulista. As equipes entraram em campo em um ritmo alucinante e abusaram da velocidade de seus times para buscar o resultado durante os 90 minutos de jogo.
Os gols dos donos da casa foram marcados por Giancarlo, artilheiro isolado do Estadual, Fernando Gabriel e Romarinho. Já o Tricolor balançou as redes com Jadson, de pênalti, e Cícero, duas vezes.
Apesar do excelente jogo que foi presenciado no estádio Nabi Abi Chedid, o ponto triste para a torcida do São Paulo foi a nova contusão do volante Fabrício. O jogador fazia sua estreia pela equipe nesta quarta-feira, mas não conseguiu suportar uma nova contusão muscular e deixou o campo ainda no primeiro tempo. O seu substituto foi Casemiro, que estava pendurado e vinha sendo poupado para o fim de semana.
Na próxima rodada, o São Paulo terá pela frente o clássico contra o Palmeiras, em Presidente Prudente. O Tricolor espera conquistar os três pontos diante de seu rival para espantar a sina que vem acompanhando o clube nos últimos clássicos e anular qualquer crítica feita ao desempenho do time neste ano. Enquanto isso, o Bragantino medirá forças com a ameaçada Catanduvense e tentará se aproveitar da má fase de seu adversário para se firmar na briga por uma posição no G-8.
O jogo – O primeiro tempo do confronto entre as duas equipes agradou e muito ao torcedor que compareceu em bom número ao estádio Nabi Abi Chedid. Os times se portaram bem nos primeiros minutos da partida e abusaram da velocidade no meio-campo para surpreender os zagueiros adversários. No entanto, o primeiro gol do jogo surgiu de uma bola parada, contrariando a intensa troca de passes que era trocada na intermediária do campo.
O lance em questão teve início em um escanteio batido no lado direito do setor defensivo tricolor. Mesmo com a série de treinamentos comandados pelo técnico Emerson Leão para coibir jogadas desse tipo, os zagueiros são-paulinos não se comunicaram com o goleiro Denis, que saiu errado do gol e deu chances para que Giancarlo aparecesse livre para apenas empurrar para as redes.
Com o tento anotado aos oito minutos de jogo, Giancarlo ultrapassou seus concorrentes diretos na artilharia do Paulistão e passou a liderar a competição pessoal de forma isolada. Agora, o centroavante do Massa Bruta possui oitos gols marcados no Estadual, enquanto Hernane, do Mogi Mirim, e Willian José, do São Paulo, têm sete cada.
O gol logo no início da partida assustou o São Paulo, que permanecia apático em campo. A falta de ambição dos comandados de Emerson Leão levou os donos da casa ao ataque novamente e Denis precisou trabalhar para não ser surpreendido no chute de fora da área do rápido Romarinho.
As principais jogadas do Tricolor continuavam saindo dos pés de Lucas, que apostava em lances individuais para chegar ao gol. Apesar da insistência do armador, os outros meias são-paulinos não acompanhavam o atleta e acabaram sofrendo uma grande baixa aos 22 minutos da primeira etapa. O volante Fabrício, que fazia sua estreia pelo clube, acabou sentindo uma nova lesão na perna e precisou ser substituído por Casemiro, gerando a clara insatisfação de Leão.
Três minutos após a alteração, o Bragantino trocou passes no setor defensivo do São Paulo e contou com a velocidade de seu ataque para chegar ao segundo no jogo. O lance começou após uma furada vergonhosa de Fernandinho no ataque. A equipe puxou um contra-ataque fulminante, que acabou sobrando nos pés de Fernando Gabriel. O meia não perdoou o arqueiro tricolor e estufou as redes adversárias.
Mesmo com a vantagem no marcado, o sistema defensivo do Braga foi afobado na jogada seguinte e deu chances para que o árbitro sinalize um pênalti a favor do São Paulo. Aos 26 minutos, Jadson invadiu a área e foi até a linha de fundo. Sem alternativas, o meia dividiu com o goleiro Rafael Santos, que acabou sendo ingênuo e aplicou um carrinho no avançado, caracterizando o polêmico pênalti a favor dos visitantes.
Na cobrança, o próprio Jadson pegou a bola e se livrou do trauma adquirido após o clássico contra o Corinthians neste Paulistão, quando o atleta acabou isolando a penalidade em um lance que poderia ter igualado o marcador da partida. Dessa vez, o meia chutou firme, no canto esquerdo do goleiro Rafael, diminuindo a vantagem aberta pelos anfitriões.
Ao chegar ao gol, o São Paulo cresceu no jogo e acabou levando perigo aos zagueiros do Massa Bruta. Assustados com as rápidas investidas dos atacantes são-paulinos, os defensores acabaram dando espaços para que o Tricolor tocasse a bola e chegasse ao empate.
Em mais uma boa jogada criada por Jadson, Fernandinho recebeu dentro da área e girou para cima de seu marcador, avançando em direção à linha de fundo. Sem alternativas, o avançado tentou o chute cruzado, que não foi alcançado por Rafael e acabou nos pés de Cícero, que correspondeu às expectativas de Leão e igualou o placar aos 35 minutos.
O empate deu um ânimo extra ao São Paulo, que passou a imprimir o seu ritmo de jogo e exerceu claro domínio nos minutos finais do primeiro tempo. Na volta do intervalo, a partida acabou ficando mais truncada, com o abuso de faltas no meio-campo. O árbitro precisou dar duras nos zagueiros de ambos os times para coibir as entradas mais violentas no recomeço do jogo.
Em uma delas, Fernandinho fez um bom giro sobre Júnior Lopes e acabou sendo puxado pelo defensor. O árbitro mostrou o cartão amarelo para o zagueiro e apitou para que Jadson fizesse a cobrança da falta. A bola passou pela barreira e caiu no canto esquerdo de Rafael, que praticou boa defesa e afastou o perigo.
Com o excesso de faltas na intermediária, a alternativa encontrada pelo São Paulo foi arriscar de longe. Cícero recebeu no meio-campo e deu alguns passos com a bola para tentar a sorte de fora da área. O atleta viu seu chute fazer uma curva durante a trajetória e enganar o goleiro Rafael, que estava adiantado e nada pôde fazer para evitar a virada dos visitantes.
Entretanto, para a sorte do arqueiro do Massa Bruta, o lateral direito Piris cometeu um erro ainda mais infantil e permitiu que o empate dos anfitriões. Na saída de bola, o paraguaio acabou sendo desarmado por Fernando Gabriel e deu chances para que o armador cruzasse na cabeça de Romarinho, que subiu pouco para igualar novamente o marcador.
Após o novo empate no placar, a partida ganhou um ritmo alucinante e acabou proporcionando lances de prender o fôlego para os torcedores dos dois times. A torcida do Bragantino, inclusive, precisou conviver com a qualidade técnica dos avançados do São Paulo, que levaram muito perigo ao goleiro Rafael na segunda etapa.
Aos 26 minutos, Jadson aproveitou sua ampla visão de jogo para achar Cícero dentro da área. O meia, que estava atuando como atacante, arriscou o chute na marca do pênalti e viu a bola explodir no travessão. Na sequência do lance, Rhodolfo pegou a sobra na entrada da área e arriscou. O esférico passou rente ao gol e levou muito perigo ao arqueiro do Braga.
No restante do confronto, os dois treinadores fizeram diversas mudanças em suas equipes e acabaram comprometendo o rendimento dos times. Cansados após os 30 minutos, os clubes passaram a cadenciar o jogo e arrancadas esporádicas de Osvaldo assustavam os zagueiros do Bragantino. Apesar de todo o esforço do atacante, o placar não sofreu alterações e acabou terminando com o elétrico empate por 3 a 3.