quinta-feira, 19/setembro/2024
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Botafogo cancela treino, e jogadores ameaçam fazer greve no clássico

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A situação do Botafogo está se tornando insustentável. Os atrasos salariais e a falta de perspectivas já incomodavam bastante o elenco, que agora se revoltou totalmente com a maneira como os dirigentes estão trabalhando. O grupo não aceitou a diferença de conduta promovida pela diretoria. Na semana passada, o zagueiro Dória e o volante Gabriel foram os únicos a ganhar o salário do mês. A estratégia era evitar que os dois atletas com mais potencial de mercado pudessem deixar General Severiano sem que o clube ganhasse nada.

Na terça-feira, outra bomba estourou. O lateral direito Lucas, os zagueiros Bolívar e André Bahia, os volantes Mario Bolatti e Marcelo Mattos e o atacante Tanque Ferreyra foram informados que ficariam sem pagamento, pois o dinheiro que os dirigentes conseguiram liberar com a ajuda do Sindicato de Funcionários de Clubes não era suficiente para honrar a folha toda. Então, decidiu-se priorizar os menores salários em carteira. Diante do ocorrido, o grupo se reuniu com o diretor de futebol Wilson Gottardo e demonstrou toda a insatisfação. O treino previsto para a manhã desta quarta-feira foi cancelado e existe a possibilidade de alguma decisão bombástica ser tomada por parte dos atletas.

“Tivemos que cancelar um dos treinos desta quarta-feira porque os jogadores estão fragilizados, sem cabeça para jogar. Com essa situação, está para acontecer alguma coisa, não sei o que, mas não quero jogar a toalha”, disse o técnico Vagner Mancini, em entrevista à Rádio ESPN.

As palavras de Mancini podem ser interpretadas de várias maneiras e levadas em consideração por ser um treinador que conta com a confiança do elenco e que, portanto, sabe o pensamento dos atletas. O treinador ainda não acredita que eles deixem o Glorioso de maneira coletiva.

“A gente teme perder jogadores. Tenho a palavra deles, mas com essa diferença, não sei até onde vai o limite de cada um. O que aconteceu foi uma situação que nunca vi em 30 anos de futebol. A cada dia que passa a situação fica mais difícil, o clima fica mais pesado”, disse Mancini.

A saída de jogadores é pouco provável, ainda mais que a maioria já estourou o limite de jogos que permite atuar por outro clube no Campeonato Brasileiro. Além disso, os grandes clubes europeus já fecharam seus planejamentos. Assim, restariam mercados menos favorecidos ou a Série B do Brasileirão. O que não está descartada é uma greve ou até mesmo a possibilidade de os jogadores do Botafogo se recusarem a entrar em campo diante do Fluminense, em clássico previsto para o próximo domingo, às 18h30 (de Brasília), no Estádio Mané Garrincha, em Brasília (DF).

Uma fonte ligada ao elenco fala inclusive que existe a possibilidade de o Bom Senso FC, movimento criado pelos atletas profissionais para exigir melhores condições de trabalho, auxilie os jogadores alvinegros em uma greve. Uma onda de protestos de atletas de outros clubes, comovidos com a situação dos botafoguenses, pode estourar também, chamando a atenção do comando da CBF e dos governantes para a situação do Botafogo. Caso o Alvinegro deixe a competição, poderá existir prejuízo por parte de vários setores do futebol brasileiro. Atualmente, o Botafogo aparece na 17ª colocação do Campeonato Brasileiro, na zona de rebaixamento, com 13 pontos conquistados.

Eleição – neste cenário, os poderes do clube anunciaram que a eleição presidencial vai acontecer em 25 de novembro. O atual presidente, Maurício Assumpção, não vai participar ativamente do pleito e sequer deverá lançar um nome. Até o dia 26 de setembro as chapas poderão lançar candidaturas. No dia 17 de novembro serão revelados os sócios em condições de participar da eleição.

Até o momento já manifestaram o interesse de concorrer Antonio Carlos Mantuano – uma espécie de eterno candidato -; Carlos Eduardo, do Movimento Mais Botafogo; Vinicius Assumpção, do Movimento Carlito Rocha; e Marcelo Guimarães, do Grande Salto. Pode se lançar também Durcésio Mello, que não oficializou a sua candidatura, mas é o nome que conta com o apoio de Carlos Augusto Montenegro. Uma chapa liderada pelo economista escocês Cláudio Good ou pelo empresário Manoel Renha também pode aparecer. Ambos integraram a gestão de Bebeto de Freitas e articulam uma aliança. O próximo presidente do Botafogo deverá tomar posse no dia seguinte da eleição e não em janeiro, conforme estava previsto.

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