Três semanas depois do trágico acidente com o avião da Chapecoense na Colômbia, o governo da Bolívia concluiu que a empresa Lamia e o piloto da aeronave, Miguel Quiroga, foram os responsáveis pela tragédia que matou 71 pessoas e abalou o mundo do esporte. O anúncio foi feito nesta terça-feira, depois de investigação conduzida pelo ministro de Obras Públicas boliviano, Milton Claros.
O voo que levava a Chape para o jogo de ida da final da Copa Sul-Americana saiu de Santa Cruz de la Sierra, na Bolívia, em direção a Medellín, na Colômbia, com níveis de combustível incompatíveis com a viagem. A decisão de não reabastecer no meio do trajeto, na cidade boliviana de Cobija, teria sido tomada pelo próprio Miguel Quiroga, que também acabou falecendo no acidente.
Segundo o ministro Claros, houve uma “cadeia de erros” que culminaram na tragédia. Além da falta de combustível, a investigação concluiu que funcionários de aviação foram negligentes em relação à fiscalização do voo.
Um desses funcionários é Celia Castedo, que assinou o plano de voo e foi intimada nesta terça-feira a prestar depoimento à Justiça boliviana no dia 3 de janeiro junto de Marco Rocha Venegas, sócio da Lamia. Celia, que trabalhava na AASANA (Administração de Aeroportos e Serviços Auxiliares à Navegação Aérea da Bolívia), está refugiada no Brasil, em Corumbá (MS), desde o dia 6 de dezembro. Ela pediu asilo político alegando ter recebido ameaças de morte na Bolívia.