O artilheiro do Palmeiras reapareceu neste sábado para manter uma arrancada de fuga do rebaixamento. Com dois gols, Barcos encerrou jejum de 41 dias sem balançar as redes e foi o protagonista da vitória por 3 a 0 sobre a Ponte Preta, no Pacaembu, que deixa o time mais perto da saída da zona de descenso.
A situação é resultado da pressão que os mandantes impuseram nos minutos iniciais. A consequência foram os gols de Barcos aos 12 e aos 14 minutos. O Palmeiras pôde até diminuir o ritmo e se aproveitar da vantagem para, aos 14 minutos do segundo tempo, sentenciar o placar em chute de Marcos Assunção e falha do goleiro Edson Bastos.
A vitória deixa o Verdão, ainda antepenúltimo colocado, com 26 pontos, com a possibilidade de sair das quatro últimas posições na próxima rodada se, neste domingo, o Corinthians não perder do Sport no Pacaembu e o São Paulo não for derrotado pelo Coritiba no Paraná.
No próximo sábado, o time de Gilson Kleina visita o São Paulo no Morumbi, às 16 horas (de Brasília), pelo Brasileiro. Antes, a equipe entra em campo novamente no Pacaembu, poupando alguns de seus principais jogadores diante do Millonarios, da Colômbia, na ida das oitavas de final da Copa Sul-americana.
A Macaca, por sua vez, completa sua quinta partida consecutiva sem vencer – vinha de quatro empates – e começa o domingo com 34 pontos, a sete da zona de rebaixamento. Na quinta-feira, às 21 horas, o clube campineiro visita o Coritiba.
O jogo – Diante da equipe que comandava há menos de duas semanas, Gilson Kleina mostrou a cara que impôs ao Palmeiras. Como na vitória sobre o Figueirense em sua estreia, lançou o time para o ataque nos minutos iniciais, pressionando a Ponte Preta entre sua intermediária defensiva e o gol.
Com Márcio Araújo posicionado como um terceiro zagueiro à frente de Mauricio Ramos e Thiago Heleno, liberando os laterais – principalmente Juninho, pela esquerda – e apostando no vigor físico de Henrique para carregar a bola aos homens da frente, o Verdão ocupou o campo adversário tendo como grande arma a velocidade de Maikon Leite.
O 3-5-2 armado pelo estreante Guto Ferreira foi imperceptível diante da postura amplamente ofensiva dos anfitriões. Com constante movimentação, os mandantes ainda tinham a opção que mais gostam: a bola parada. Aos cinco minutos de partida, Edson Bastos já tinha feito milagre em cabeçada de Artur, mostrado reflexo em cobrança de falta de Marcos Assunção e visto Maikon Leite balançar as redes pelo lado de fora.
O gol palmeirense era questão de tempo. E saiu logo em dose dupla. Aos 12 minutos, a zaga afastou mal uma falta cobrada por Assunção e a bola sobrou para Barcos abrir o placar. Dois minutos depois, Uendel falhou e Maikon Leite arrancou pela ponta direita até cruzar rasteiro para o centroavante, sem marcação, só tocar nas redes.
A intensa pressão deu resultado, como há uma semana, em Santa Catarina. E o Palmeiras, com 30 minutos até o intervalo, resolveu descansar. Não tivesse sido tão eficiente quando impôs um ritmo alucinante nos minutos iniciais, o time de Gilson Kleina teria sido complicado e jogado fora tanto esforço.
O Verdão passou a errar passes demais e, aos poucos, a Macaca começou a ter mais posse de bola no meio-campo e usar a sua principal opção: Cicinho, um ala direito que cansou de fazer filas driblando em direção à defesa paulistana. Mas faltava aos comandados de Guto Ferreira a eficiência que o adversário teve para fazer 2 a 0.
Embalado pela torcida, que cantou sem parar e teve boa presença no Pacaembu, o Palmeiras seguia se beneficiando da vantagem que abriu, mostrava garra para impedir a entrada do rival na área de Bruno e seguia assustando Edson Bastos na bola parada. Não fossem muitos vacilos de Maikon Leite, o terceiro gol poderia ter saído em um contra-ataque.
Antes do intervalo, a Macaca, enfim, conseguiu fazer Bruno trabalhar em cobrança de falta de Nikão, aos 42 minutos. Na volta para o segundo tempo, até esboçou uma pressão para acuar o Verdão em sua defesa. Mas, com chutões e intensa vibração, a equipe de Gilson Kleina logo jogou a bola para frente.
Tranquilo, como foi raro neste Campeonato Brasileiro, o Verdão conseguiu trocar passes e fazer a Ponte Preta correr atrás da bola. Em jogadas individuais de Valdivia e Barcos, foi criando chances de aniquilar a partida, parando quase sempre em Edson Bastos, mal protegido por um trio de zagueiros.
À medida que o cansaço começou a bater no clube campineiro, os meio-campistas diminuíram a marcação. A ponto de dar espaço para Marcos Assunção chutar da intermediária e fazer 3 a 0, aos 14 minutos do segundo tempo, aproveitando vacilo de Edson Bastos.
A partida estava definida, para alegria dos palmeirenses que, passaram a meia hora restante de jogo cantando para manifestar sua alegria. E vibrar até com arremates de Valdivia e Barcos na trave e defesas de Bruno, antes muito criticado.
Gilson Kleina ainda se sentiu à vontade para poupar jogadores importantes. Valdivia deixou o campo para a entrada de Daniel Carvalho. Já Marcos Assunção foi bastante aplaudido enquanto caminhou para dar seu lugar ao garoto João Denoni.
No último lance do jogo, os palmeirenses puderam comemorar até um gol incrível desperdiçado por Roger, que driblou Maurício Ramos e só tinha Bruno pela frente, mas chutou por cima. Pelo menos neste sábado, o ambiente mudou para o Verdão.