No duelo entre a motivação de ser líder e a de um time com novo treinador, deu Atlético-MG. Diante do Mineirão cheio nesta quinta-feira, o Galo se impôs e fez 2 a 1 sobre o Fluminense na reestreia de Renato Gaúcho. O técnico tricolor sentiu na pele, pela segunda temporada consecutiva, que o Campeonato Brasileiro não é brincadeira.
A situação é séria. O time carioca continua na zona de rebaixamento. São 10 pontos, assim como o Náutico, e o saldo de gols deixa a lanterna em Pernambuco. Na outra ponta, o Atlético reina soberano, com 28 pontos, três a mais que o vice-líder Palmeiras.
No domingo, o Galo volta a jogar no Mineirão, empurrado por sua torcida, desta vez contra o Goiás. O Fluminense volta ao Rio de Janeiro e encara o Cruzeiro, o outro mineiro da Série A.
O jogo – O primeiro foi interessante para quem gosta de um duelo tático, mas teve poucas emoções. O Atlético teve mais posse de bola e mais presença ofensiva, mas o Fluminense marcava muito bem e dava sinais de que poderia encaixar algum contra-ataque.
Mesmo assim, houve algumas chances de gol na etapa inicial. A primeira surgiu quando Serginho roubou a bola de Luiz Alberto e o Atlético partiu para a área em vantagem numérica. O cruzamento do volante para Diego Tardelli foi bem cortado por Fernando Henrique e, na sobra, Éder Luís encobriu o gol. A pressão alvinegra na saída de bola ainda daria mais sustos na torcida tricolor, mas não criaria nenhuma outra oportunidade tão clara.
Outra finalização de perigo do Galo surgiu numa jogada pela direita, quando Júnior lançou para a área e Éder Luís bateu rasteiro para boa defesa de Fernando Henrique, com o pé. O Flu testou Aranha pouco depois, com Fred batendo de fora da área, sem dominar, mas o goleiro atleticano estava atento.
Antes do apito final do primeiro tempo, uma cena lamentável no Mineirão. Um torcedor do Atlético invadiu o gramado para cumprimentar Diego Tardelli. Ele saiu levado por policiais e hostilizado em coro pela própria torcida.
O Fluminense voltou melhor na segunda etapa. Dos pés de Conca saíram dois lances de perigo. Primeiro, em cobrança de falta, ele alçou na área e Fred resvalou na bola, obrigando Aranha a fazer boa defesa. Pouco depois, o argentino tocou para João Paulo, mas o goleiro atleticano fechou bem o ângulo e parou o chute. O Galo também tinha presença ofensiva e ameaçou em cobrança de falta de Júnior, bem defendida por Fernando Henrique.
Aos 10 minutos, o Fluminense sentiu um duro golpe. Fred, a única referência do ataque, deixou o campo com dores musculares na coxa direita. Com Kieza, a tendência era de que o time carioca tivesse mais dificuldade para prender a bola na frente.
Quatro minutos depois, viria um golpe muito mais forte, este lançado pelo Atlético. Thiago Feltri bateu da entrada da área, a bola explodiu na zaga, subiu e caiu na pequena área. Lá estava Serginho, que desviou como deu, com um efeito estranho. Quando ela pegou na grama, desviou na direção do gol e morreu nas redes.
O gol abriu o jogo. O Fluminense era obrigado a atacar. Em chutes de fora da área, obrigou Aranha a fazer grandes defesas por três vezes, com Conca, Tartá e Kieza. Do outro lado, porém, surgiriam espaços.
Dono de um dos melhores ataques do Brasileirão, o Galo saberia aproveitar bem os erros da defesa tricolor. Aos 20 minutos, Thiago Feltri avançou pela esquerda e cruzou na medida para Diego Tardelli, que surgia livre na área. De coxa, o artilheiro atleticano empurrou para o gol.
Sem escolha, o time visitante continuou tentando o ataque e foi recompensado aos 34 minutos. Conca bateu de fora da área e Aranha espalmou para o lado, sem conseguir pôs para escanteio. Tartá surgiu completamente impedido, mas a arbitragem não percebeu. Ele cruzou para a pequena área e Kieza, na dividida com Renan, descontou o placar.
A partir daí, a tônica do jogo seria mais ou menos a mesma. O Galo passou a valorizar mais a posse de bola. O Fluminense se lançava no desespero. Já nos acréscimos, Aranha salvou o time da casa pela última vez, defendendo uma boa cabeçada de Maicon.