Nada melhor do que um clássico para se reerguer. Com dois gols de Paulo Baier, o Atlético-PR derrotou o Coritiba por 2 a 1 (de virada), na tarde deste domingo, e se reabilitou depois de duas derrotas no Campeonato Brasileiro. De quebra, complicou ainda mais a situação do rival na parte de baixo da tabela.
A partida foi decidida na primeira etapa – Baier balançou a rede aos 42 e aos 45 minutos, após Júlio César ter aberto o placar em cobrança de pênalti -, mas facilitada depois do intervalo pela expulsão de Escudero, a qual deixou a equipe alviverde com um jogador a menos até o final.
Agora com 44 pontos, o time treinado por Vagner Mancini se reafirma no G-4 e volta a campo na quarta-feira, quando visita o Corinthians, em Mogi Mirim – o time paulista cumpre perda de mando de campo. No mesmo dia, o Coritiba (com 31 pontos, cada vez mais perto da zona de rebaixamento) recebe o Santos, no Couto Pereira.
Como quase todo clássico, o deste domingo começou duro. Logo no primeiro minuto, sobrou um braço no rosto de Escudero. Com um corte no supercílio, o argentino, contrariado, foi obrigado a sair momentaneamente de campo para fazer uma proteção e tirar o uniforme ensanguentado.
Um pé alto e, depois, um chute de Paulo Baier no adversário resultaram o primeiro cartão amarelo com oito minutos. A atitude do meia atleticano revoltou os jogadores do Coritiba, mas o árbitro acalmou os nervos e conseguiu reiniciar a partida sem maiores problemas.
Na bola, a equipe rubro-negra era mais ofensiva, enquanto os visitantes chegavam mais através de contragolpes. Em um deles, aos 13 minutos, Lincoln recebeu na intermediária e tinha o caminho livre até o gol, mas percebeu a chegada da defesa em velocidade e resolveu arriscar de longe, chutando por cima do gol de Weverton.
O Atlético teve uma grande chance dez minutos depois, quando Bruno Silva ficou com rebote na pequena área e armou o chute de perna direita, porém foi travado na hora certa pela marcação. O Coritiba respondeu no minuto seguinte, com chute de longa distância de Júlio César espalmado pelo goleiro, e o clássico melhorou.
Aos 27 minutos, Robinho recebeu um empurrão em uma dividida pelo alto, e o árbitro deu pênalti para o Coritiba. Júlio César converteu duas vezes – a primeira tentativa foi estranhamente anulada – para abrir o placar e animar a torcida alviverde presente na Vila Capanema.
O gol silenciou os torcedores atleticanos por pouco tempo. Depois do golpe, a arquibancada voltou a crescer com a equipe, que partiu para cima e forçou dois cartões amarelos para a defesa adversária. Até que, aos 42 minutos, veio o empate: na tentativa de Uelliton fazer corte dentro da área, a bola bateu nas pernas de Paulo Baier e entrou.
Não descer ao vestiário perdendo já poderia ser um bom resultado parcial, mas o Atlético conseguiu mais do que isso. Geraldo fez falta próxima à meia-lua, e Paulo Baier não perdoou. O veterano camisa 10 colocou a bola no ângulo esquerdo de Vanderlei e virou o jogo, no último minuto do tempo regulamentar.
O reinício da partida foi atrasado por conta de confronto entre torcedores do Atlético na arquibancada, que motivou intervenção de policiais militares com tiros de borracha e bombas de efeito moral. O árbitro apitou o início do segundo tempo somente depois de apelo de Paulo Baier à beira do alambrado e 27 minutos de intervalo.
Sem nenhuma mudança, o Coritiba voltou como na etapa inicial, oferecendo seu campo ao rival. O técnico Péricles Chamusca então preparou substituições, mas uma delas não pôde ser realizada, pois Escudero recebeu o segundo cartão amarelo aos 14 minutos. A expulsão fez com que o treinador sacasse Lincoln para a entrada de Diogo.
Se já tinha o controle, o Atlético viu sua missão ser facilitada com um jogador a mais. O Coritiba se esforçou mais para evitar o terceiro gol do que para empatar, colecionando faltas perto de sua área. A única chance, perdida por Bill, decretou a sétima partida consecutiva sem vitória na competição.