O Atlético chegou a final do Campeonato Mineiro destruído, sem treinador, com elenco aos frangalhos. A diretoria deu a missão para Rodrigo Santana ser o treinador interino e juntar os cacos. Uma final digna com o Cruzeiro – apesar de perder o título – conseguiu fazer com que o Galo tivesse esperanças. Mas não. Na noite desta terça-feira, no Mineirão, a fraca campanha do clube alvinegro na Copa Libertadores foi enfatizada na derrota para o Nacional, por 1 a 0.
Os jogadores deixaram o gramado do Mineirão com gritos de “Vergonha, time sem vergonha”. A chateação da torcida tem explicação, afinal, a equipe não passou nem perto do que rendeu na final do torneio regional, pressionou em campo, mas não fez disso oportunidades. No segundo tempo o Nacional em uma jogada de velocidade conseguiu o gol que garantiu a equipe na próxima fase da competição.
O resultado deixou o Galo na terceira colocação da Copa Libertadores, com três pontos conquistados. O Nacional e o Cerro estão com 12 pontos e ambos classificados para a próxima fase. O Zamora não pontuou.
O Atlético agora se prepara para o Campeonato Brasileiro, com estreia no próximo sábado, contra o Avaí, no Independência. Antes disso, a diretoria trabalha intensamente para anunciar o nome do próximo técnico que vai dirigir a equipe. O nome de Rogério Ceni é o preferido, mas o negócio esfriou nas últimas horas.
O Galo entrou em campo com a obrigação de vencer o duelo e fazer gols para ter saldo. Além disso, a equipe sonha com a próxima rodada e a possibilidade de o Nacional perder para o Cerro e o Galo vencer o Zamora para se classificar.
Para a partida, o técnico interino Rodrigo Santana não contou com Geuvânio que não está inscrito para a primeira fase da competição. No lugar, Maicon Bolt foi utilizado. Entre os volantes, Adilson retornou e José Welison foi ao banco de reservas.
O Atlético encontrou sérias dificuldades para penetrar na defesa do Nacional nos primeiros minutos de confronto. A equipe uruguaia estava bastante fechada e não buscava o ataque de maneira nenhuma.
O desenho tático do Galo mostrava o meia Luan buscando a bola junto aos zagueiros e contribuindo com a saída de jogo – algo que era bastante criticado na época do ex-técnico do Atlético, Levir Culpi. O Nacional ficava inteiro atrás da linha da bola e não incomodava.
Aos 13 minutos o Galo chegou de forma perigosa. Em cruzamento da direita, feito por Guga, Adilson desviou de cabeça na área e a bola foi no ângulo. O goleiro do Nacional, no entanto, em noite inspirada, conseguiu mandar para escanteio.
O Atlético passou a pressionar a saída de bola e atrapalhava qualquer tentativa do Nacional. O Galo passou a ficar mais tempo na frente, atacando, pressionando, embora não fosse necessariamente criativo.
Aos 22, a melhor chance da etapa inicial. Em um vacilo da zaga do Nacional, Ricardo Oliveira pega a bola e deixa para Elias. O volante atleticano deixou o camisa 9 na cara do gol, em ótimas condições de marcar, mas o goleiro salvou a pátria.
Com o Atlético tão ofensivo e pressionando, Luan passou a ficar mais na frente, afinal, até os zagueiros estava próximos do meio campo. Nada adiantou e o Galo foi para o intervalo com a igualdade que acabava com o sonho da Libertadores.
Desde os primeiros minutos da volta do intervalo, a torcida já mostrava a impaciência com a equipe em campo. O Galo precisava da vitória e não conseguia criar o suficiente.
O Galo seguia no seu 4-1-4-1, mas o 4-3-2-1 bem armado do Nacional impedia a felicidade no Mineirão. Com isso, o Atlético trocava passes, girava a área, mas levava pouco perigo claro de gol.
O técnico Rodrigo Santana tirou Maicon Bolt do time e colocou Vinicius na tentativa de ter mais opções no ataque. Pouco depois, tirou o volante Adilson e mandou a campo David Terans.
O Galo seguiu o mesmo: muita pressão, poucas chances claras. Nem o tão tradicional “Eu Acredito” era ouvido no Mineirão. Talvez nem os atleticanos acreditam mais.
No finalzinho, aos 41, em contra-ataque, Carballo mandou por cima do goleiro Victor e sacramentou a derrota alvinegra.