O Atlético-MG está a 90 minutos de selar o fim de seu jejum de sete anos sem título do Campeonato Mineiro. Na tarde deste domingo, no primeiro jogo da decisão, o Galo aplicou uma goleada de 4 a 0 sobre o rival Cruzeiro, em tarde infeliz da defesa celeste.
O resultado mais do que reverte a vantagem do Cruzeiro em jogar por dois resultados iguais. No próximo domingo, novamente no Gigante da Pampulha, o Alvinegro pode perder por até três gols de diferença.
Marcinho e Éder Luís marcaram gols pelo Galo, mas o destaque fica com dois tentos específicos. O terceiro, de Danilinho, em que o meia chapelou o goleiro Fábio antes de finalizar. O último, já marcado aos 46 do segundo tempo, foi momento de sono total dos celestes. Na saída de bola, Vanderlei arrancou sozinho, não foi interceptado e chutou enquanto o camisa 1 da Raposa estava de costas, para pegar uma bola que estava dentro do gol.
Eliminado da Copa do Brasil, o Cruzeiro vive a semana mais complicada do ano, enquanto o Galo ainda tem o confronto de ida contra o Botafogo pelo mata-mata nacional na quarta-feira, no Mineirão.
A empolgação atleticana era o necessário para o Galo começar melhor a partida no Mineirão. Logo aos 13 minutos, a primeira chance alvinegra. Coelho tocou curto e Danilinho arrancou cruzamento rasteiro pela direita. Fábio caiu e a defesa afastou antes da chegada de Galvão.
O clássico era faltoso, truncado, com começo pouco empolgante, mas o Atlético seguia melhor. Aos 22, quase o Galo abriu o placar. Coelho bateu falta longa do meio-campo, Marcos escorou para o centro da área, a defesa celeste afastou e o zagueiro retomou a posse de bola, emendando o chute. Fábio estava batido, mas a bola parou no travessão.
Era um prenúncio de que as coisas não estavam bem na Raposa. Melhor para o Galo, que viu sua chance mais real de gol aos 25, em uma jogada sensacional. Diego lançou Éder Luís com as mãos. O atacante partiu em velocidade, driblou Gladstone, fintou Fábio e chutou cruzado. A bola saiu caprichosamente pela linha de fundo, com o gol vazio.
Aos 37, a situação do Cruzeiro, que já era ruim, ficou pior ainda. Danilinho avançou em contra-ataque e foi derrubado por Gladstone. O zagueiro recebeu o segundo cartão amarelo e foi expulso ainda no primeiro tempo. O técnico Paulo Autuori respondeu rápido e colocou o jovem Simões para recompor a defesa. A reação gerou a única chance celeste na etapa inicial. Três minutos depois, Fellype Gabriel lançou Araújo dentro da área, o atacante chutou cruzado, mas Diego defendeu bem.
Na volta do intervalo, não deu nem tempo para o Cruzeiro mostrar reação aos seus torcedores. Aos 22 segundos, no primeiro ataque, o Galo abriu o placar. Danilinho avançou livre pela esquerda e cruzou na medida para Éder Luís, que cabeceou no chão, sem chances de defesa para Fábio.
Mal deu tempo para os atleticanos comemorarem o gol e o Galo chegou de novo ao ataque, aos três. Ricardinho aproveitou o buraco na ala direita, foi à linha e cruzou para Éder Luís, que emendou o chute, por cima do travessão. Quatro minutos depois, o mesmo atacante aprontou novamente, recebendo passe na área e chutando fraco para fora.
O Atlético era melhor e tinha um homem a mais em campo, mas o Cruzeiro ia se adaptando aos poucos ao jogo. Autuori colocou Maicosuel e Guilherme em campo e a melhora ficou evidente. Primeiro, aos cinco, Nenê arriscou chute com perigo de fora. Aos 17, Araújo também experimentou um arremate rasteiro, mas Diego defendeu. A melhor chance aconteceu aos 18, com Guilherme finalizando com força.
A Raposa melhorava e o chute de Maicosuel, que passou resvalando na trave esquerda de Diego, era a prova disso. Somente a defesa continuava aprontando. Aos 20, Danilinho cruzou da esquerda, Luizão tentou tirar e obrigou Fábio a fazer boa defesa para salvar o gol contra.
O crescimento celeste era bom, mas não evitou uma resposta ainda mais perigosa do Galo. Aos 29, Marcinho apareceu na área e lançou Galvão na área. O atacante deu um toque para tirar Fábio e a bola saiu raspando a trave. Três minutos depois, Marcinho dominou a bola dentro da área, driblou a zaga e chutou forte. Fábio espalmou e, no rebote, Danilinho mandou o lance para fora.
Era só um aperitivo do que aconteceria nos minutos finais. Aos 36, Danilinho fez o segundo no Mineirão com maestria. O jogador recebeu passe enfiado de Tchô, deu um lindo chapéu em Fábio e completou para o fundo das redes. Não era o final. O garoto Simões foi expulso e o Galo completou o placar aos 45, com um gol de pênalti de Marcinho.
A definição da goleada, no entanto, saiu em lance controverso. Na saída de bola, Vanderlei avançou sem ser incomodado pela defesa e chutou com Fábio de costas, sem fazer a menor menção em defender o lance. O goleiro alega que havia outra bola dentro das metas, mas para os atleticanos, o que importa é que o jejum está muito próximo de ser encerrado.