A recém-criada Associação Mato-grossense dos Clubes de Futebol Profissional (Amafut) protocolou dois ofícios na sede da FMF, após a reunião de terça-feira. O primeiro, solicita à entidade a descrição do regimento para a eleição da entidade, dados sobre os votantes e data do próximo pleito: os objetivos de tal requerimento são mais do que óbvios: os integrantes da nova entidade, querem indicar um sucessor para o cargo de Carlos Orione, presidente da entidade afiliada da CBF, cujo mandato só termina em maio de 2013 – um ano antes da Copa do Mundo. “Apenas pedimos informações sobre os tramites legais”, alegou Helmute Lawisch, presidente do Luverdense e até recentemente um dos vice-presidentes da FMF.
Ao pedir estas informações a Amafut esbarra e bateu de frente em dois problemas: o primeiro é negociar a retirada de uma possível candidatura do eterno vice-presidente João Carlos de Oliveira Santos. Em nenhum momento, nas duas reuniões que ocorrem na capital, os dirigentes convidaram Oliveira para ser o sucessor. O segundo problema seria obter de Orione a ‘benção” das Ligas Amadoras, que são a maioria nas eleições e tem o mesmo peso do voto de um clube profissional.
Ainda assim o grupo estaria disposto a encarar o pleito, mas uma antecipação da sucessão não estaria descartada. Fontes ligadas à FMF, indicam que uma transição ‘pacífica” e sem traumas para ambos os lados estaria se iniciando. “Orione só não quer nada goela abaixo”, disse a fonte.
Cansado, com limitações físicas e no cargo desde 1977, quando assumiu a FMF como interventor, nomeado por Giulite Coutinho, Orione só deixou o cargo uma vez, para ser substituído por João da Silva Torres, mas logo reassumiu o cargo que nunca mais deixou.
‘Fiel escudeiro” de Orione, João Carlos de Oliveira evita polemizar e até falar no assunto, mas, durante a primeira reunião foi claro, ao alertar os clubes que uma ‘greve de protesto” poderia culminar até a desfiliação dos ‘rebeldes” junto à CBF. Caso progrida, a Amafut será a entidade responsável pela negociação de todos os contratos de publicidade do futebol mato-grossense, e também pela captação dos recursos, promoção e divulgação. Para isso está contratando uma agência de propaganda e uma assessoria profissional.
Antes da Amafut o futebol regional já teve duas tentativas frustradas de ‘independência”, com a criação do mal fadado Comitê Executivo, que na verdade se resumia a uma pessoa. Da primeira vez foi Gelson Menegatti, que teve uma pseudo candidatura adiadas. Na segunda, Altair Cavaglieri, que tinha presidido a Federação de Motociclismo, também não conseguiu fazer o futebol decolar. Segundo Helmute, o segundo ofício protocolado na FMF, solicita cópia do contrato com a TV Centro América e informações oficiais sobre as negociações com a General Motors – propalado patrocinador do Estadual de 2013. “Queremos ver, temos direito, afinal, nós é que movemos o Campeonato”, concluiu.