A tarde desta terça-feira marca uma estreia esperada na Copa do Mundo: a Bélgica põe à prova sua “nova geração” em duelo com a Argélia. Considerados os principais candidatos a surpreender neste Mundial, os Red Devils precisam antes superar os concorrentes do grupo H, e a estreia frente aos africanos pode tornar-se complicada.
No lado europeu do confronto, o grau de dificuldade da partida pode aumentar antes mesmo de a bola rolar. No treino do último sábado, uma dividida entre o meia titular De Bruyne e o atacante reserva Origi contundiu os dois. Vítimas da impaciência para a estreia, a dupla correu riscos de desfalcar a Bélgica na estreia, mas o técnico Marc Wilmots deixa a preocupação de lado para exaltar a intensidade. “Pode ser que tenha havido excessiva dureza em algumas ocasiões, mas prefiro pensar o contrário. Todos têm algo para demonstrar, todos querem ganhar e jogar”, justificou.
Com De Bruyne liberado para a partida, o torcedor belga tem a escalação na ponta da língua. E Wilmots tem à disposição várias das novas estrelas do futebol. O técnico inclusive pode se dar ao luxo de ter, no banco de reservas, armas do calibre de Dembele, Chadli, Januzaj e Mirallas. O leque de opções só tem a inconveniência da inexperiência: a média de idade dos titulares é menor que 25 anos. Estrela da companhia, Hazard tem apenas 23 anos, enquanto o goleador Lukaku não passa dos 21.
Dos convocados para a Copa do Mundo, um dos poucos a nadar contra a maré da “nova geração” é Van Buyten. O veterano zagueiro de 36 anos defende a seleção belga desde 2001 e esteve no Mundial disputado na Coreia do Sul e no Japão há doze anos. Ele admite assumir papel de “ansião conselheiro” do elenco.
“Tento ser como o irmão mais velho de todos. Alguns jovens sofrem muita pressão e têm algum medo, então talvez seja melhor conversar com um companheiro em vez de tratar com o treinador. Então estou aqui para ajudá-los”, explica.
Se a Bélgica aposta em suas promessas, do outro lado do confronto a Argélia tem a experiência como grande trunfo. A princípio titulares do meio-campo, Lacen, Mostefa e Yebda já alcançaram os 30 anos, por exemplo. Mas a grande esperança argelina para conquistar classificação inédita às oitavas de final da Copa do Mundo é Sofiane Feghouli. E a estrela explica a estratégia do técnico Vahid Halilhodzic para a estreia.
“Se pensarmos individualmente, estaremos mortos diante de uma grande equipe como a Bélgica. Precisamos ser solidários e dar tudo uns pelos outros, como fizemos nas Eliminatórias”, receita o destaque da seleção argelina. Na campanha que rendeu vaga no Mundial, a seleção africana venceu seis dos oito jogos que disputou.
Analisando os amistosos pré-Copa, o desempenho é ainda melhor: três triunfos seguidos sobre as europeias Eslovênia, Armênia e Romênia. Foram sete gols na trinca de vitórias, marcados por seis diferentes jogadores. Se a pluralidade não ressalta a importância de um grande craque, evidencia o jogo coletivo exaltado por Feghouli.