As saídas confirmadas do zagueiro Pablo e do lateral esquerdo Guilherme Arana frearam uma mudança tática arquitetada pelo técnico Fábio Carille para a próxima temporada. Mirando dar menos trabalho defensivo e mais liberdade de criação ao meia Jadson, ele pretendia sacar um volante da equipe e colocar um outro ponta pela direita. Agora, porém, descartou a mudança.
“Já tem um tempo que eu estou querendo organizar muito bem uma linha de quatro na defesa como estava e um volante para ajudar Rodriguinho e Jadson. Com essas mudanças, não sei se consigo”, comentou o treinador, referindo-se à já estabelecida defesa com Fagner, Balbuena, Pablo e Arana, a melhor do Campeonato Brasileiro, com apenas 29 gols sofridos.
“Por isso não sei se dá para começar como eu quero, porque a linha precisa ser muito bem organizada para dar sustentação ao time. Queria dois de velocidade pelo lado, meio-campo mais técnico, mas agora eu dou um passinho para trás, vamos esperar definir o elenco. Não sou de lamentar, também, é treinar o grupo que vier no ano que vem”, avaliou Carille
O comandante, por sinal, fez uma mudança semelhante no domingo ao colocar Marquinhos Gabriel na vaga de Camacho, no segundo tempo. Nessa ocasião, porém, ainda contava com Arana na lateral. assim como tinha o próprio camisa 13 e/ou Pablo nas outras vezes em que optou pelo time mais ofensivo.
A primeira vez em que isso aconteceu foi no jogo contra o Botafogo, pelo primeiro turno do Brasileiro, quando ele sacou Gabriel para colocar Marquinhos Gabriel, deixando Jadson mais pelo meio. A iniciativa foi bem sucedida, já que Jô fez o gol na etapa final e garantiu a vitória, dando ao treinador uma ideia usada diversas vezes no segundo turno – dessa vez, sem tanta efetividade.
Na avaliação de Carille, que sacou o camisa 10 do time titular na série de quatro vitórias que assegurou o heptacampeonato, o atleta de 24 anos tem de ser tratado de forma diferente, tanto pelo físico quanto pela qualidade técnica demonstrada em campo.
“Importantíssimo para o futebol essa característica. No futebol brasileiro está faltando, sim. Os jogadores que se destacam vão embora muito cedo”, observou o técnico, à espera dos já prometidos “cinco ou seis” reforços para 2018.