Sonhando com a reeleição em novembro, Paulo Nobre ainda tenta desvincular sua imagem de Brunoro, como mostrou ao entrar em camarote e deixar o diretor executivo nas cadeiras do estádio Independência nessa quinta-feira. Mas o presidente tem usado o aliado como um escudo em meio à troca de técnicos no Palmeiras.
Brunoro participou ativamente do processo de demissão de Ricardo Gareca e conduziu do início ao fim as negociações com Dorival Júnior. Recusa-se a admitir publicamente, mas tem se queixado a amigos. Sente que só não é mais deixado de lado por conta da crise.
O diretor foi apresentado com seu nome em uma camisa 10, mas tem sido responsabilizado pela formação do elenco que deixa o Verdão à beira da zona de rebaixamento no Brasileiro na temporada do centenário. Por isso, pensando nas eleições, Nobre afastou Brunoro e deu força ao vice-presidente Mauricio Galiotte.
Porém, Galiotte, como já tinha ocorrido com Brunoro, não conseguiu trazer Ronaldinho Gaúcho. Assim, na tentativa de evitar um vergonhoso descenso, ainda mais em um ano histórico, Nobre recrutou Brunoro, inclusive levando-o para ver a derrota para o Atlético-MG, em Belo Horizonte, mas sempre mantendo distância.
O discurso adotado era de que Brunoro não é mais tão ativo no futebol para se dedicar ao marketing, de onde Marcelo Giannubilo foi demitido recentemente por fazer pouco além de aumentar o número de sócios-torcedores em um ano e meio. E coube ao próprio Brunoro explicar sua presença em Belo Horizonte, já que Nobre se afasta ainda mais das entrevistas.
“Foi uma situação combinada eu assumir uma parte do marketing para reestruturar, principalmente nesse momento em que as empresas começam a pensar no próximo ano. Mas não me afastei totalmente, toquei algumas negociações, somos um grupo. É assim que vai funcionar. Não vejo nenhuma quebra de ritmo, principalmente pelas pessoas que estão trabalhando lá”, disse o diretor executivo, em claro posicionamento de escudo, mesmo a contragosto.