Depois de mais de três meses e de percorrer mais de 20 mil quilômetros por terra e dez mil milhas aéreas, a Tocha Olímpica que cruzou o Brasil, vinda de Olímpia, na Grécia, terminou o percurso no Aterro do Flamengo, na altura do Monumento aos Pracinhas, na cidade do Rio de Janeiro. Daqui a pouco, a chama acenderá a pira olímpica, na abertura oficial dos Jogos Olímpicos da Rio 2016, no Estádio do Maracanã, em uma cerimônia que terá apresentação de artistas como Gilberto Gil, Caetano Veloso e Luiz Melodia, além do desfile de atletas das delegações.
O cavaleiro e atleta olímpico Rodrigo Pessoa foi o último condutor da tocha, que passou pelas mãos de 12 mil pessoas. "Apesar de não competir este ano, a ansiedade é grande", disse o cavaleiro.
Após a chegada da chama ao ponto final do revezamento, os profissionais do Comitê Organizador e da Força Nacional de Segurança festejaram. Os responsáveis oficiais pelo trajeto conviveram cerca de três meses fazendo a segurança e organizando a passagem.
No último dia, o trajeto começou no mais tradicional símbolo da cidade maravilhosa, o Cristo Redentor, e seguiu pela orla da zona sul em direção a outro grande ícone da cidade: o Pão de Açúcar, na Urca.
O símbolo dos jogos também passou pelas mãos do presidente do Comitê Olímpico Internacional, Thomas Bach, e do secretário-geral das Nações Unidas (ONU) Ban Ki-moon.
O secretário-geral da ONU acendeu a tocha da jovem jogadora de handeball, Thaysa Vitoria da Silva, de 15 anos, participante do projeto Uma Vitória Leva à Outra da ONU Mulheres, que procura dar melhores condições a meninas de áreas pobres por meio do esporte. Mais cedo, a diretora executiva da entidade, Phumzile Mlambo-Ngcuka também participou do revezamento.
Na altura da Rua Vinícius de Moraes, a jovem Thaysa passou a chama para a Garota de Ipanema, Helô Pinheiro, rodeada de amigas que cantarolavam a canção de Vinícius de Morais e Tom Jobim, que a imortalizou.
O trajeto da tocha precisou ser alterado no início da tarde de hoje (5), em Copacabana, por causa de um protesto contra o governo do presidente interino Michel Temer. A manifestação ocupou a orla, com centenas de pessoas. Os organizadores desviaram o revezamento para dentro do bairro.
O protesto foi organizado pelas frentes Povo Sem Medo, Brasil Popular e Esquerda Socialista, além da Plenária dos Trabalhadores em Luta do Rio e o CSP-Conlutas. Diversos movimentos da sociedade e centrais sindicais protestaram com faixas e cartazes em português e em inglês, em frente ao Hotel Copacabana Palace.