Após viver seu processo de “internacionalização”, o São Paulo enfrenta o Atlético-PR neste domingo, às 16h, no estádio do Morumbi, para confirmar o tetracampeonato brasileiro e recobrar hegemonia perdia há 15 anos. O longo jejum em âmbito nacional está ligado ao período mais vitorioso da história do clube do Morumbi. A taça conquistada contra o Bragantino, dia 9 de julho em 1991, foi justamente o pontapé inicial para os principais títulos são-paulinos.
Depois do Brasileiro, o São Paulo foi tricampeão da Libertadores da América e do Mundial, além de conquistar outros títulos continentais menos importantes, como a Supercopa, a Recopa (duas vezes) e a Copa Conmebol. A primeira conquista importante aconteceu em 1992. Sob o comando de Telê Santana, o São Paulo foi campeão da Libertadores ao derrotar o Newell´s Old Boys, da Argentina, na decisão. O clube também conquistou o Mundial Interclubes no mesmo ao vencer o Barcelona na final no Japão.
Em 1993, o São Paulo superou o desempenho do ano anterior. Além da Libertadores e do Mundial Interclubes, conquistados contra Universidad Católica e Milan, respectivamente, o time tricolor ainda conquistou a Supercopa (contra o Flamengo) e a Recopa (contra o Cruzeiro).
No ano seguinte, após ser derrotado pelo Vélez Sarsfield na final da Libertadores, o clube, sob o comando justamente do atual técnico Muricy Ramalho, foi campeão da Copa Conmebol. À época, por usar jogadores jovens e alguns que não estavam sendo aproveitados no profissional, o time, que venceu o Peñarol na final, ficou conhecido como expressinho. Ainda em 1994, o São Paulo também conquistou o bi da Recopa (contra o Botafogo).
Após um espera de 10 anos, o São Paulo voltou à Libertadores em 2004, mas só foi conquistá-la novamente apenas em 2005. Sob o comando do técnico Paulo Autuori, que substituiu Emerson Leão durante o torneio, o time tricolor levou o tri continental. A final foi contra o Atlético-PR e, após um empate por 1 a 1 no primeiro jogo, em Porto Alegre, uma vitória por 4 a 0 no Morumbi confirmou o título.
No ano passado, o clube também conquistou o título do Mundial da Fifa. Desta vez, no entanto, o São Paulo não fez apenas um jogo no Japão. Na semi, despachou o Al-Ittihad, da Arábia Saudita, e, na final, derrotou o Liverpool por 1 a 0, gol do volante Mineiro após passe de Aloísio.
Por isso, neste ano, o pensamento principal da diretoria são-paulina era reconquistar o Brasileiro. “Claro que queríamos ganhar novamente a Libertadores, mas nosso objetivo principal sempre foi conquistar este título que não conseguíamos há 15 anos”, afirmou o diretor de futebol do clube, João Paulo de Jesus Lopes. “Montamos um elenco forte, numeroso, capaz de agüentar uma maratona exaustiva de jogos”, emendou.
O São Paulo precisa apenas de uma vitória simples para conquistar o título neste domingo ou obter o mesmo resultado do Internacional, que enfrenta o Paraná, em Curitiba, no mesmo horário.
“Demos muito duro para chegar até aqui. Agora temos que dar um pouco mais neste jogo para conquistarmos o título”, afirmou Leandro. “Nós merecemos este título. Lutamos muito e fizemos um campeonato praticamente perfeito”, completou Josué.
O técnico Muricy Ramalho também vive a expectativa de conquistar o Brasileiro. “Eu considero importante todos os títulos que conquistei, mas, sem dúvida, será o principal da minha carreira”, afirmou. “Não é fácil conquistar o Brasileiro. É um campeonato duro, longo e um dos mais difíceis do mundo. Será uma conquista muito importante”.
Mas se depender do Atlético-PR, o São Paulo terá que esperar mais uma semana para comemorar o tetracampeonato. Apesar de estar mais preocupada com o segundo jogo da semifinal da Copa Sul-Americana contra o Pachuca, na próxima quarta-feira, no México, o técnico Oswaldo Alvarez avisa que não vai facilitar.
“O São Paulo terá que esperar para comemorar o título. [O título] Vai acontecer apenas na partida contra o Cruzeiro [próximo jogo do São Paulo]. Domingo, não vamos facilitar nada. Queremos ganhar”, afirmou o treinador.
Os jogadores também compartilham o pensamento de Vadão. “O São Paulo quer ganhar para fazer festa, mas nós também queremos ganhar este jogo para ganharmos moral para o jogo contra o Pachuca”, disse o goleiro Cléber.
São Paulo
Rogério Ceni; Ilsinho, Fabão, Miranda e Júnior; Mineiro, Josué, Souza e Danilo; Leandro e Aloísio
Técnico: Muricy Ramalho
Atlético-PR
Cléber; Evanilson, Danilo, Gustavo e Michel; Erandir, Alan Bahia, Cristian e Ferreira; Marcos Aurélio e Denis Marques
Técnico: Oswaldo Alvarez
Horário: 16h
Local: estádio do Morumbi, em São Paulo
Árbitro: Alicio Pena Júnior (Fifa-MG)
Auxiliares: Marco Antônio Gomes (Fifa-MG) e Márcio Santiago (MG)