No mesmo dia em que quebrou o recorde de público do seu estádio, o Independência, o América-MG escreveu a página de mais um título para a galeria de troféus do clube. Foi o jogo da superação. Um confronto nervoso, desde o primeiro minuto do primeiro tempo até o apito final do árbitro Luiz Flávio de Oliveira. Mas, no fim, o América venceu o CRB, por 1 a 0, na tarde deste sábado, no Independência, e garantiu o título da Série B do Campeonato Brasileiro, com 73 pontos contra 71 do Internacional, que também venceu na rodada.
O CRB colocou muita dificuldade durante o confronto. A equipe se segurou em campo e na maior parte do tempo se defendeu com nove homens atrás da linha da bola. Com a cor vermelha no Independência, o time visitante representou bem o Internacional em Belo Horizonte. Até os 20 minutos de jogo, o titulo estava a caminho do Rio Grande do Sul. Mas com o gol de Rafael Lima, após cobrança de escanteio, a taça comprou passagem para Belo Horizonte e desembarcou na capital mineira.
Foi a segunda vez que os americanos chegaram ao ápice na segunda divisão nacional, justamente 20 anos depois da primeira, celebrada em 1997. O requinte de feito histórico ainda contou com a superação do recorde de público do Horto, superando a final do Campeonato Mineiro deste ano, entre Atlético-MG e Cruzeiro. Naquela ocasião, 22.411 pessoas estiveram presentes na vitória do Galo sobre a Raposa. Dessa vez, 22.481 torcedores marcaram presença para acompanhar o Coelho selando com perfeição sua volta à elite nacional.
Há um ano, o torcedor americano chorava a queda para a Série B e lamentava os nomes que deixavam a agremiação em momento ruim. O principal deles permaneceu: Enderson Moreira formou uma boa equipe para a disputa da segundona. Agora é alegria. Com a certeza da Série A em 2018, o Coelho chega em grande estilo, comemorando uma taça nacional, 20 anos depois de ganhar sua primeira, em 2017 desbancando o Internacional.
Primeiro tempo
O confronto entre América e CRB começou bastante equilibrado. O CRB, apesar de não disputar mais nada, não facilitou a vida do Coelho no Independência. O jogo sem chances claras para nenhum dos lados.
O América quando tentava alguma situação de ataque parava na forte marcação armada pela defesa do CRB que colocava vários atletas na primeira linha defensiva e outros tantos na segunda – ambas desorganizadas. Soltos, na frente, apenas o atacante Zé Carlos e o camisa 10, Chico.
Com isso, o América não conseguia nenhuma infiltração e tinha muita dificuldade de abrir espaço para conseguir um ataque que levasse mais perigo contra a meta de Edson Kollin.
Aos 17 minutos, chegou ao Independência a informação que o Internacional marcou seu primeiro gol no Beira-Rio. O resultado no sul do país tirava o título do América.
Aliado ao resultado no sul, o Coelho passou a errar passes seguidos. A equipe mineira tinha dificuldades de se encontrar em campo, algo que impedia a sequência das jogadas americanas e, consequentemente, a manutenção da posse de bola.
A melhor chance americana aconteceu nos acréscimos do primeiro tempo. Em um dos poucos momentos que a defesa do CRB abriu espaço, Bill recebeu a bola na entrada da área e escorou para Ruy. Ele soltou a pancada de canhota e a bola parou na trave.
Já com a certeza do resultado em Porto Alegre, o América voltou para o segundo tempo contra o CRB, em Belo Horizonte. Logo no primeiro minuto, a bola pingou para Norberto, na cara do gol, que desviou a bola de cabeça e a redonda parou nas mãos do goleiro.
Mas quem ataca muito se abre na defesa. Aos 9 minutos, Neto Baiano recebeu a bola na frente, ganhou na corrida do zagueiro Messias e chegou antes do goleiro Fernando Leal que saiu do gol. O zagueiro americano, no entanto, conseguiu chegar na última hora para salvar.
A pressão americana seguiu intensa. O técnico Enderson Moreira mudou o posicionamento de sua equipe, mandou Renan Oliveira para o jogo, mais aberto pela direita, o volante Juninho caiu para a lateral e Norberto, o ala direito, passou a ser meia. A pressão era grande.
Aos 20 minutos o América chegou ao gol. Em cruzamento na área, a bola sobrou para Rafael Lima que, com um leve toque, mandou para o fundo das redes e levou o Independência a loucura.
Após o gol, o CRB se mandou para o ataque. O técnico adversário mandou para o jogo Marion e Tony, colocando sua equipe mais ofensiva. Isso fez com que a equipe adversária chegasse com muita intensidade, mas Fernando Leal se segurou em, pelo menos, três oportunidades.