Em busca da primeira medalha de ouro olímpica de sua história, a seleção brasileira enfrentará a Alemanha. Na tarde desta quarta-feira, apesar de contar com o apoio irrestrito da torcida na arena de Itaquera, a Nigéria acabou derrotada pelo rival germânico por 2 a 0.
Mais cedo, no Rio de Janeiro, a seleção brasileira avançou à final dos Jogos ao golear Honduras por 6 a 0. A decisão da medalha de ouro está marcada para as 17h30 (de Brasília) deste sábado, no Maracanã. A briga pelo bronze, entre Nigéria e Honduras, ocorre às 13h, no Mineirão.
Ganhadora de três pratas e dois bronzes, a Seleção Brasileira buscará o inédito ouro olímpico diante de um adversário traumático. Na semifinal da Copa do Mundo 2014, em pleno Mineirão, os germânicos venceram por 7 a 1. Na história dos Jogos, apenas a Alemanha Oriental, em Montreal 1976, foi campeã.
Ainda incomodada com a humilhação sofrida pela Seleção principal em 2014, a torcida vaiou a Alemanha desde a entrada dos atletas para o aquecimento nesta quarta-feira – o zagueiro Matthias Ginter integrou o elenco da Copa do Mundo. De forma inusitada, a Nigéria, com uniforme verde e branco, cores do Palmeiras, foi apoiada na arena corintiana.
Assim que a partida começou, os gritos de “Nigéria” se misturaram aos de “Timão eô”. A torcida passou a saudar com “olé” os passes dos africanos e a insultar o goleiro Horn a cada tiro de meta. No momento em que Gnabry tomou cartão amarelo, a vibração foi intensa.
Logo aos oito minutos, apesar do cenário hostil, a Alemanha abriu o placar. Em uma boa trama pelo lado direito do ataque, Meyer cruzou para Klostermann completar. Pouco depois, o goleiro Horn se atrapalhou em uma saída de bola com os pés, mas Umar não conseguiu aproveitar para empatar.
Aos 19 minutos, a Alemanha quase aumentou. Após cruzamento vindo da esquerda, Suele escorou de cabeça e Lars Bender completou para boa defesa do goleiro Daniel. A Nigéria respondeu 10 minutos depois, quando Obi Mikel, do Chelsea, pegou a sobra na entrada da área, limpou dois marcadores e chutou com desvio, ganhando escanteio.
Em desvantagem no marcador, os jogadores nigerianos fizeram uma roda para conversar ao final do primeiro e instantes antes do início da etapa complementar. Logo aos dois minutos, porém, os africanos quase tomaram o segundo. Gnabry limpou a marcação e bateu de fora da área, mas Daniel fez boa defesa.
Nas arquibancadas do estádio, corintianos, palmeirenses, são-paulinos e santistas exibiam camisas de seus clubes. Juntos, aos gritos de “Nigéria eô”, tentaram empurrar o adversário da Alemanha no segundo tempo. O pequenino Saliu, de apenas 1,52m, caiu nas graças do público em Itaquera após substituir Udo.
Em busca do empate, a Nigéria ensaiou uma pressão na parte final do jogo, sem sucesso. Aos 43 minutos do segundo tempo, em um contra-ataque, Selke desceu pela direita e cruzou para Petersen, em posição duvidosa, marcar o segundo. Das arquibancadas, a torcida gritou: “Alemanha, pode esperar, a sua hora vai chegar!”.