A Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) fará uma avaliação do processo seletivo e apresentará o balanço do resultado final com a adesão ao Vestibular Unificado tendo o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) como única forma de ingresso na instituição. O estudo será feito por uma comissão após o encerramento da terceira etapa de matrículas e a reitoria divulgará um relatório que terá ainda informações por curso sobre a origem dos alunos aprovados. Professores de ensino médio e universitários acreditam que a maioria das vagas da UFMT serão preenchidas por alunos de outros Estados, deixando de fora os estudantes mato-grossenses.
Para a reitora Maria Lúcia Cavalli Neder qualquer avaliação neste momento é precipitada, defendendo como positivo o fato da UFMT ter sido a universidade mais procurada do país, com 56.703 candidatos inscritos para as 5.008 vagas, distribuídas em 97 cursos nos campus de Cuiabá, Rondonópolis, Barra do Garças, Pontal do Araguaia e Sinop.
A reitora afirma que a UFMT teve tanta procura diante da qualidade de ensino e por ser uma universidade bem conceituada, com credibilidade. Ela entende ainda que o acesso aos estudantes do interior de Mato Grosso também teve crescimento.
A adesão da UFMT ao Vestibular Unificado é amplamente criticada desde o anúncio feito pela reitora ano passado. A decisão foi bastante rejeitada pelos acadêmicos da universidade, sociedade e professores de diversas áreas que sempre defenderam um amplo debate antes de qualquer assinatura de decreto, o que não ocorreu. As críticas continuam, porém a reitora afirma que não haverá mudança na forma de ingresso na universidade e destaca que o importante é buscar apoio e pressionar o Ministério da Educação (MEC) para que outras universidades federais façam parte do mesmo sistema de avaliação e ingresso, possibilitando a ampliação do acesso aos estudantes brasileiros.
Maria Lúcia voltou a defender que a partir de agora a educação fundamental e de nível médio terão que preparar melhor os estudantes para avaliações e concorrências cada vez maiores para entrar nos cursos de ensino superior. "Tem que estudar para valer se quiser garantir uma vaga nas universidades".
No entendimento do coordenador Pedagógico do Colégio Master, Paulo Andrade, que é contra a nova forma de ingresso à UFMT, outro ponto negativo do "leilão" de vagas feito pelo sistema é a desconsideração da vocação por parte do aluno, que na ânsia de entrar na faculdade termina escolhendo um curso que corresponda a sua nota, deixando de lado o que realmente gostaria de cursar.
Para Maria Lúcia este comportamento não é comum e os candidatos terminam sempre escolhendo cursos das áreas que têm afinidade. "Quem quer cursar na área de humanas, escolhe curso de humanas. O mesmo ocorre em todas as áreas. Um aluno que muda drasticamente é porque não tem certeza do que deseja".