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Universalização da Educação de jovens e adultos é destacada em Sinop

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A oferta de um ensino diferenciado aos jovens e adultos que estão em distorção idade/série é a nova política desenvolvida pela Secretaria de Estado de Educação (Seduc) para ampliar o acesso à Educação. Encerrando o ciclo de palestras da Conferência Educacional – “Paradigmas Educacionais: suas implicações no cotidiano escolar”, em Sinop, na noite desta quarta-feira, a secretária-adjunta de Políticas Educacionais da Seduc, Marta Maria Darsie, mostrou como o Estado está aplicando essa nova metodologia para trazer o jovem e o adulto de volta à sala de aula e universalizar essa oferta.

De acordo com Marta, a Educação Básica está universalizada, mas a EJA ainda não atraiu a todos. “Temos inúmeras salas ociosas pelo Estado, isso significa que atingimos toda a demanda, agora precisamos de políticas eficientes para atrair os que ainda não se interessam pela escola”, disse.

Na avaliação da secretária-adjunta, a EJA ainda é ofertada com características infantilizadas, o que desestimula o aluno jovem e adulto. “As escolas repetem o currículo da rede regular e afasta esses estudantes”, argumenta.

Para atrair o estudante com a disfunção escolar de volta à escola, ou despertar naqueles que nunca foram até lá a vontade de estudar, a Seduc implementou e realizou ações de reformulação da EJA. Entre elas, citou Marta, está o cadastramento educacional, que ocorreu durante o referendo sobre a comercialização de armas de fogo no Brasil, em outubro de 2005.

Conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), existem em Mato Grosso cerca de 800 mil pessoas com idade acima de 25 anos que não concluíram o Ensino Fundamental. E, com cinco perguntas e uma ação inédita no país, a Seduc, com o apoio do Tribunal Regional Eleitoral, procurou saber durante o referendo o motivo pelo qual o jovem ou o adulto estão fora da sala de aula.

O cadastramento identificou 437 mil pessoas com idade superior a 16 anos que não estão estudando. Entre os motivos apontados por eles para não freqüentar a escola, estão: o trabalho cansativo, a fome no horário de aula e a carga horária pesada.

Com base nestas informações, relata Marta, a Seduc está implementando o projeto Beija-Flor. Além de ampliar a oferta da EJA – com a abertura imediata de mais 11,5 mil vagas – o Beija-Flor oferece o ensino de forma a atender o anseio da demanda: redução da carga de ensino de 9 para 6 anos na conclusão dos Ensinos Fundamental e Médio; carga horária diária menor, de 4h para 3h; em alguns casos a alimentação, pela Merenda Escolar; e material didático específico.

Nesta última ação, o Estado vai investir mais de R$ 830 mil em livros didáticos específicos. “Temos que levar em consideração a experiência prévia do aluno adulto e oferecer um material mais atual com a sua vivência e realidade. Realinhamos as diretrizes curriculares, adequando-as ao processo de ensino-aprendizado e também incluímos a história da África, dos Afro-descentes, Indígena e a Língua Espanhola, além da informática”, explica Marta.
O Estado ainda está implantando o EJA Terceirão, para os alunos que já concluíram o Ensino Médio e desejam prestar vestibular e a EJA semi-presencial. Com esta última modalidade, os alunos irão concluir os estudos freqüentando 50% da carga horária em sala de aula durante os finais de semana e os outros 50% serão preenchidos com atividades extra-classe. Os alunos jovens e adultos que moram na zona rural e em aldeias também terão um programa específico. “A esses estudantes programamos oferta do ensino direcionado e obedecendo ao calendário agrícola”, afirmou a secretária-adjunta.

Expectativa

Segundo Marta, o adulto procura a escola para conseguir um emprego melhor. “Para eles, a escola é a oportunidade de melhores condições de trabalho, melhor e mais leve”, observa.

Diante disso, a secretária-adjunta afirma que o Estado já pratica a política de apoio ao adulto que, após adquir conhecimentos e experiências ao longo da vida, precisa de um diploma para enfrentar o mercado de trabalho: o Exame Supletivo. “Aproximadamente 166 mil pessoas fizeram o supletivo este ano para obter o diploma de Ensino Fundamental e Médio”.

Outra demanda atendida são os não-alfabetizados. Mais de 39 mil pessoas com idade acima de 15 anos que não sabiam ler e nem escrever participaram em Mato Grosso do projeto LetrAção. Atualmente, mais de 14 mil pessoas fazem o LetrAção, que continua com a matrículas abertas. Com o mesmo propósito, a Seduc está inserindo este mês o projeto “Pescando Letras”.

“A diferença entre o LetrAção e o Pescando Letras está no público específico. O Pescando Letras chegará a jovens e adultos não-alfabetizados das comunidades ribeirinhas do Estado, com metodologias específica para eles”, falou Marta.

Atuação

As pessoas que participam do LetrAção são orientadas a ingressar no primeiro segmento da EJA. Ao encerrar o encontro Marta destacou que a meta do Governo do Estado é atingir 60 mil pessoas e ampliar a oferta da EJA para todos os 141 municípios, ainda este ano.

Em 2005, a Seduc atendeu em torno de 45 mil alunos nos Ensinos Fundamental e Médio pela EJA em 68 municípios.

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