A média dos alunos da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) no Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade) foi superior à nacional, tanto na formação geral, quanto no componente específico. A avaliação é da coordenadora de Políticas Educacionais da Pró-Reitoria de Ensino de Graduação (Proeg), Myrian Serra Martins. Os resultados foram divulgados ontem, pelo Instituto nacional de Pesquisas educacionais (Inep). O curso de direito foi o único com nota cinco no Estado. Os cursos de administração e comunicação social alcançaram nota quatro (Jornalismo e Publicidade) e três (Radialismo) .
O reitor da UFMT, Paulo Speller, observa que foram analisados mais de 200 cursos ofertados por universidades, centros universitários e faculdades isoladas e a UFMT ficou acima de várias universidades federais e de todas as instituições de Mato Grosso. “Isso, graças à dedicação do aluno e do professor somados aos esforços que vêm sendo empreendidos nos últimos anos para melhorar as condições de infra-estrutura; ao incentivo à capacitação docente e à pesquisa, o que reflete diretamente na qualidade da graduação”.
Mais de 750 ingressantes e concluintes da UFMT fizeram o Enade 2006, além, de mais 34 faltosos das edições de 2004 e 2005. Os cursos que participaram foram administração (Canarana e Cuiabá); ciências contábeis (Água Boa, Rondonópolis, São Félix e Cuiabá); ciências econômicas, direito e comunicação – jornalismo, publicidade e radialismo -, música e educação artística (Cuiabá); biblioteconomia e psicologia (Rondonópolis). Os alunos faltosos que fizeram as provas são dos cursos de arquitetura, biologia (Rondonópolis), engenharia florestal, física, geografia e sociologia (Cuiabá) e letras (Rondonópolis).
“O nosso curso de jornalismo está entre os melhores do pais. Obtivemos conceito acima das federais da Bahia (UFBA), Fluminense (UFF), de Minas Gerais (UFMG), da Unisinos e da maioria dos cursos do pais, sejam eles federais, estaduais ou privadas”, cita o chefe interino do Departamento de Comunicação Social, Maurélio Menezes. “Nosso curso de Publicidade também está entre os melhores do país. Estamos no mesmo nível de uma Escola Superior de Propaganda e Marketing de São Paulo, por exemplo, e o Radialismo, muito acima da média, também se colocou entre os melhores”, completa.
O curso de economia obteve nota três, com IDD (Índice de Diferença de Desempenho), quatro e as turmas especiais de ciências contábeis e administração de Canarana e Água Boa tiveram desempenho superior aos da sede. No caso da economia, explica Myrian Serra, em que o IDD é maior que a nota, quer dizer que os estudantes tiveram bom desempenho, mas a contribuição do curso foi muito positiva.
O curso de psicologia de Rondonópolis aparece como sem conceito, por tratar-se de curso novo com participação apenas de ingressantes. No entanto, a nota dos ingressantes é superior à media nacional tanto em formação geral como especifica. A UFMT alcançou, na formação geral, 49,5 e a média nacional é 42,5. Na específica obteve 45,2 e a média nacional é 41,1, informa a professora Raquel Gonçalves Salgado. Para ela, o desempenho dos alunos deve-se ao fato de eles terem ingressado com uma boa formação, alguns já com outro curso superior, ao envolvimento em projetos de iniciação científica e de extensão e à qualidade do projeto político-pedagógico. “Há uma avidez em desenvolver a formação para além da sala de aula”, diagnostica.
O curso de psicologia de Rondonópolis acaba de ser autorizado pelo Ministério da Educação (MEC). A avaliadora que visitou o curso em maio autorizou o funcionamento e o reconhecimento será no início do ano que vem, informa a coordenadora. “O projeto político-pedagógico foi elogiado, está de acordo com as Diretrizes Curriculares Nacionais para a área”, diz. Esse fato motivou a sua participação e a da vice-coordenadora Laura de Carvalho, na “mesa-redonda Norte e Nordeste de psicologia”, na semana passada, para apresentar a experiência do curso e o projeto político-pedagógico.