A taxa de analfabetismo na Região Nordeste, reconhecida historicamente por ter o maior número de iletrados do país, caiu de 22,4% (2004) para 18,7% (2009). A informação foi divulgada hoje (8) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) que registrou em todo o país uma redução do número de pessoas que não sabiam ler ou escrever em 2009.
A redução, considerada pelo próprio IBGE como "leve", produziu uma taxa de analfabetismo de 9,7% no ano passado, com o registro de pouco mais de 14 milhões de pessoas nestas condições em todo o país. Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad 2009), a queda da taxa foi diferente entre as grandes regiões, com o Sul e Sudeste apresentando os menores níveis de analfabetismo. Em 2004, a taxa de analfabetismo era de 11,5%.
A pesquisa revelou ainda que a taxa é crescente com a idade. "A maior concentração de analfabetos foi registrada entre as pessoas pertencentes aos grupos de idade mais elevados: 92,6% deles tinham 25 anos ou mais de idade."
"A queda do analfabetismo segue sendo observada e a frequência escolar nas faixas etárias mais jovens continua influenciando essa queda do analfabetismo, especialmente entre os mais jovens. O analfabetismo prossegue resistente entre os de maior idade por ser um tema difícil de ser tratado quando já está cristalizado na idade adulta", explicou Marcia Quintslr, coordenadora de Trabalho e Rendimento do IBGE.
O analfabetismo funcional (percentual de pessoas de 15 anos ou mais de idade com menos de quatro anos de estudo) também teve queda em todas as regiões do país, com taxa de 20,3%. O índice é 4,1 pontos percentuais menor que o de 2004 e 0,7 ponto percentual menor que o de 2008.
Outro dado apontado pela pesquisa mostra um aumento do nível de escolaridade no Brasil. "A melhora fica evidenciada ao se observar a distribuição das pessoas de 25 anos ou mais de idade e o nível de instrução: a proporção daquelas com nível superior completo aumentou 2,5 pontos percentuais de 2004 para 2009, alcançando 10,6%." A população que tinha apenas o nível médio completo passou de 18,4% em 2004, para 23% em 2009.
A escolarização no país também apresentou melhorias em 2009. Em todas as regiões do país, a proporção de crianças de 6 a 14 anos que frequentava a escola foi maior do que 96%. Entre a população com 10 anos ou mais, o tempo de estudo médio chegou a 7,2 anos. Esse tempo representa um aumento de 0,6 ano a mais do que o registrado em 2004.
Segundo o levantamento, quase 54 milhões de pessoas "tinham pelos menos 11 anos de estudo no ano passado. Por outro lado, 36,2 milhões de pessoas eram sem instrução ou tinham menos de quatro anos de estudo".
Ainda de acordo com a Pnad, em 2009, "a rede pública de ensino continuou a atender a maior parcela da população dos ensinos fundamental e médio, enquanto a maioria dos estudantes do ensino superior frequentava universidades particulares".
No ano passado, dos 55,2 milhões de estudantes, mais de 78% estudavam em escolas da rede pública (federal, estadual ou municipal).