A Secretaria Estadual de Educação (Seduc) não ofereceu reajuste salarial aos professores da rede pública estadual e por isso a ameaça do Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público de Mato Grosso (Sintep), de não iniciar o ano letivo no dia 9 de fevereiro, não está descartada. A falta de consenso na reunião de ontem quanto aos números oficiais e os da categoria, fez com que dois novos encontros fossem marcados para hoje.
Ontem, o secretário Ságuas Moraes disse ao Sintep que a receita corrente líquida da pasta chegou a R$ 967 milhões, sendo que o repasse salarial deve ser de 60% de R$ 936 milhões, que é o destinado para isso. No entanto, disse, este percentual já é comprometido com o salário atual dos servidores, cujo piso para nível médio é de R$ 966. Para quem tem nível superior, o vencimento é de R$ 1.450.
A diferença, conforme admite o presidente do Sintep em Mato Grosso, Gilmar Soares, é que o sindicato trabalha com projeções salariais, ao contrário do governo, o que provoca desencontro de dados. Avaliação sindical aponta que o piso de R$ 1.050 já deveria ter sido aplicado. Por isso, as reuniões de hoje devem servir para esclarecimentos, já que o posicionamento do governo não deve ter alteração. Gilmar Soares criticou a Seduc e disse que tal postura só demonstra “falta de vontade política para resolver a questão salarial”.
A queixa dos professores é de que em abril do ano passado, a categoria interrompeu a greve de 20 dias em um acordo com o governo que se comprometeu a avaliar a receita a cada 4 meses e oferecer reajuste proporcional ao crescimento. Em setembro, o salário de nível médio subiu de R$ 912 para R$ 966.