A presidente da sub-sede do Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público de Mato Grosso (Sintep) em Sinop, Maria Aparecida Lopes, criticou, ao Só Notícias, o retorno das aulas presenciais na rede municipal de ensino para mais de 17 mil alunos a partir do próximo dia 1º de junho. “Não somos favoráveis, temos que ver que esse é um problema mundial, vemos que nos outros países onde começou primeiro a doença, estão retomando as aulas gradativamente agora. Também sempre ouvimos especialistas dizer o pico ainda não chegou no Brasil e já passamos de 20 mil mortes. Agora ainda temos a abertura de praticamente tudo, até o aeroporto e a tendência é que aumentem as confirmações. Então, nosso posicionamento é esperar mais”, enfatizou.
“Não estamos dizendo que só vai pegar o vírus se for nas escolas, mas nossa preocupação é que a escola é um lugar onde estaremos em massa, e o risco de contaminação pode ser em várias pessoas ao mesmo tempo. Com isso, não teremos espaço nos hospitais para que possamos ser atendidos”. “Não é que não queremos trabalhar, mas buscamos garantir segurança para que a gente possa retornar com condições de fazer um trabalho respeitando as regras que são colocadas, de distanciamento, desinfecção dos espaços”, acrescentou.
Ainda de acordo com a sindicalista, a preocupação do Sintep aumentou nos últimos dias. “Temos uma integrante da direção do Sintep que trabalha na mesma escola onde uma professora teve os sintomas e foi por si só fazer os exames particulares e testou positivo. Ao que chegou para nós, fez outro e deu não reagente, mas não é certo. Então temos casos em profissionais da educação. O que nos preocupa é que por ser uma professora, não podemos duvidar que temos mais casos nesse mesmo grupo de profissionais. Definiram que o retorno seria dia 1º, mas não tinha nenhum caso na educação e agora já temos. Além disso, temos outros dois professores sob suspeita”, revelou.
Maria ainda expôs que após a confirmação da profissional citada “a secretária de Educação por meio de ligação pediu que os diretores avisassem imediatamente os professores que não fossem às escolas de forma nenhuma. Pediu que suspendesse tudo e fechasse as unidades, dispensou os servidores. Causou estranheza”. “Disseram que é para desinfecção, que já estava no cronograma, mas sabemos que não é isso”, cobrou.
Ainda no sentido de preocupação, a presidente destacou que na última semana representações de diversos sindicatos da Educação encaminharam um ofício conjunto ao promotor Pompílio Paulo Azevedo solicitando intervenção da justiça para a manutenção do isolamento social sem o retorno das aulas nas redes públicas e privadas. “Pedimos que seja cobrado da administração algumas medidas para que possamos retornar com mais segurança. Uma delas é a testagem nos profissionais e alunos. O outro ponto é acompanhar o que a comissão Especial de Educação da Assembleia Legislativa está propondo”, salientou.
Maria ainda não descartou a possibilidade dos sindicatos se reunirem novamente para “fazer uma outra reivindicação caso a gente tenha apontamento por parte da administração de que de fato retornaremos às atividades no dia 1º. É melhor continuarmos com aulas on-line do que se expormos nas escolas. Assim vamos medindo como está se comportando esse contagio para vermos o momento certo de voltar com segurança”, completou.
Outro lado
Em posicionamento aos apontamentos do Sintep, a secretária de Educação, Esporte e Cultura, Veridiana Paganotti, disse que “respeita as críticas e opiniões, mas estou tratando o retorno às aulas com o órgão que representa a categoria, que é o Sindicato dos Funcionários Públicos de Sinop”.
Além disso, a assessoria da prefeitura confirmou, ao Só Notícias, que a professora citada pelo sindicato como confirmada com Coronavírus passou por novo teste rápido e apresentou resultado negativo.