Duas escolas estaduais em Jangada, a 82 km de Cuiabá, estão liberando os alunos mais cedo por falta de professores. A confirmação foi feita pelo presidente do Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público de Mato Grosso (Sintep/MT), Gilmar Soares Ferreira. “É inacreditável o que estamos vivendo em Mato Grosso. Temos professores classificados em concurso e alunos sem aula por falta professores nas escolas públicas estaduais”.
De acordo com o Sintep, as unidades são a Professor Arlindo de Souza Bruno e Arnaldo Estevão de Figueireido e um uma delas, falta professor de matemática. Outro problema levantado pela categoria é o baixo número de professores efetivos nas escolas. “Há situações em que as unidades contratam pessoas leigas para ministrarem as aulas”, disse Gilmar.
Para o presidente do Sintep, a situação causa indignação, pois muitos profissionais classificados no concurso público não foram convocados pela Secretaria de Estado de Educação de Mato Grosso (Seduc). Ainda de acordo com Gilmar a realidade da Educação em Jangada não é única. “Em Várzea Grande, por exemplo, temos vários cargos livres e muitos professores temporários”, criticou. Ele questionou que, no Diário Oficial do Estado (DOE) do dia 13 deste mês não houve convocação de professores para a disciplina de química.
A Direção Central do Sintep orienta que os trabalhadores da educação formulem denúncia junto ao Ministério Público e enviem cópias ao Sindicato, para divulgação na tentativa de, o mais breve possível, resolver a questão, uma vez que a validade do concurso expira em junho deste ano. A direção das subsedes do também irão reunir documentos que comprovem a existência de cargos livres em várias disciplinas.
Segundo o presidente, o professor classificado no concurso é o mesmo que atribui as aulas como contratado temporariamente. “Mas, o governo não reconhece a contradição”, repreendeu. “É importante também que os trabalhadores, incluindo cargos de Apoio e Técnico, anexem cópias do próprio contrato de interino, a fim de comprovar que existem inúmeros contratos temporários, apesar da existência de classificados no concurso”, acrescentou.
O Sintep/MT está preparando uma mobilização para protestar contra estas e outras arbitrariedades praticadas pelo Governo do Estado. Nos dias 14, 15 e 16 de março haverá manifestações, passeatas e audiências em diversos municípios. Todos estarão mobilizados na “Greve Nacional em Defesa do Piso Salarial Nacional, Carreira e 10% do Produto Interno Bruto (PIB) no Plano Nacional de Educação (PNE)”. Para Gilmar Soares, em Mato Grosso o protesto se estende também pelo vergonhoso processo de atribuição de aulas, que vem favorecendo a quebra da jornada de 30 horas pela Seduc.