Em greve desde o ano passado, os técnicos administrativos da rede municipal de Educação só devem retornar ao trabalho quando tiverem a reivindicação atendida, que é um aumento salarial de 17,45%. A afirmação foi feita, ao Só Notícias, pela presidente do Sindicato dos Trabalhadores do Ensino Público (Sintep), no município, Sidinei Cardoso. Ela explicou que, mesmo que haja uma diminuição na carga horária de trabalho dos profissionais, passando de 40 para 30 horas semanais, a categoria continuará com as atividades suspensas, tendo em vista que a redução nas horas é uma reivindicação de toda a categoria, e não apenas dos técnicos. “O que os técnicos querem é a reparação salarial em 17,45%”, afirmou.
Toda a rede municipal de Educação reivindica por uma mudança na carga horária, alegando que profissionais do Estado, que desempenham as mesmas funções, recebem salários iguais ou até maiores, sendo que trabalham apenas 30 horas semanais, 10 a menos que os da rede municipal, com exceção dos servidores do “apoio” (merendeiras, vigias e zeladoras), que também cumprem 30 horas. A categoria cobra também por uma “correção” no reajuste salarial concedido este ano, que foi de 5,58%, enquanto que o nacional foi de 8,32%.
Por estes motivos, ameaçaram, inclusive, decretar greve geral na educação municipal, mas decidiram “avaliar a situação” apenas no dia 19 de março, em assembleia, quando esperam que os anseios já tenham sido atendidos.
Quanto aos técnicos em greve, a prefeitura afirmou, por meio de nota, que a administração municipal está impedida de fazer a reparação salarial reivindicada, devido ao limite prudencial. “Vamos procurar a justiça, pois os recursos para a reparação nós temos, mas a lei não permite pagar, então que a lei nos diga o que devemos fazer. É justo e já foi acordado e não vamos medir esforços para resolver essa situação”, garantiu a secretária Gisele Faria de Oliveira, através da assessoria.
No município são 172 técnicos, que atuam como secretários e agentes de pátio nas escolas e como técnicos de desenvolvimento infantil (TDIs) nas creches. A quantidade de colaboradores que cruzaram os braços pode ser de 50%. Devido à paralisação, dois Centros Municipais de Educação Infantil (CMEIs) já suspenderam as atividades. O União, que fica na área central da cidade, e o Santo Antônio, no bairro Jardim Botânico. Sem os TDIs os professores não teriam condições de manter o atendimento.
No ano passado, os técnicos estiveram com as atividades suspensas do dia 18 de novembro ao dia 20 de dezembro. Após o período de férias, chegaram a trabalhar durante a primeira semana de aula (semana passada), mas nesta, retomaram o movimento. Como ainda não há uma resposta se a reivindicação será atendida ou não, o Sintep afirma que a greve segue por tempo indeterminado.