O Sintep (Sindicato dos Profissionais da Educação de Mato Grosso) admite encerrar a greve, que hoje completa um mês, após a retomada das negociações, medidas pelo deputado federal Saguas Moraes (PT), ex-secretário de Educação, que reuniu-se com dirigentes do sindicato, no final de semana. A direção do sindicato garante que só acaba com o movimento com uma proposta no papel. “Só acabamos com a greve com algo nas mãos, de boca não. Se o prefeito assinar uma proposta a gente acaba, mas tem que ser no papel”, assegurou a presidente do Sintep, Sidnei Cardoso.
Ela disse que, desde sábado, representantes da prefeitura, secretaria de Educação e do sindicato estão se reunindo para fechar as contas. Mas para isso é preciso que muita coisa mude dentro da secretaria. “É preciso moralizar (a secretaria), essa é a palavra, moralizar, pois do jeito que está nunca vamos fechar as contas. É muita gente dentro da secretaria e muita gente fora”, criticou, citando que há psicólogos e fisioterapeutas que estão na folha de pagamento da Educação. “Não somos contra a contratação desses profissionais, mas desde que não sejam pagos pela Educação. Os 25% que determina a lei, têm que ser investidos na Educação e a lei é bem clara no que se refere a quem são os profissionais desta área”, cobrou.
Sidnei lembrou que as reivindicações da categoria como a implantação de 30 horas semanais para professores e a inclusão de todos os profissionais (merendeiras, técnicos, cozinheiras, entre outros) no Plano de Cargos Carreiras e Salários (PCCS), podem ser atendidas, desde que haja uma profunda mudança nas contas da secretaria. “É preciso sanar as irregularidades. Não adianta fechar os olhos e fazer de conta que não há irregularidade. Se não houver mudanças e continuar do jeito que está, as contas não fecham mesmo, mas se colocar cada qual no seu lugar, vai dar”, observou.
A sindicalista não deu uma previsão de quando a greve deve acabar, pois somente depois que a proposta for concluída, apresentada ao prefeito, sancionada e aprovada em assembléia é que a greve pode ter um fim. “Acredito que ainda esta semana tenhamos tudo resolvido, mas, por enquanto, nada está concreto ainda”, prevê.
A greve começou no dia 16 de fevereiro, um dia depois das aulas na rede pública municipal iniciarem. Apesar de somar quase um mês, os dias letivos totalizam 17. Este é total parcial de dias de aulas que devem ser repostos.