Os técnicos administrativos da rede municipal continuam em greve e a administração não sinaliza com nenhuma medida para mudar a situação. A declaração é da presidente do Sindicato dos Trabalhadores do Ensino Público (Sintep), Sidnei Cardoso. “Eles não abrem um diálogo, não fazem proposta”, afirmou. As consequências, segundo a sindicalista, se refletem em salas de aulas nas creches municipais com 5 a 7 alunos, quando poderia estar atendendo a 25, porque não foram feitas as matrículas, atribuição que pode ser exercida apenas pelos técnicos.
“O que os técnicos querem é a reparação salarial em 17,45%”, afirmou. Toda a rede municipal de Educação reivindica uma mudança na carga horária, alegando que profissionais do Estado, que desempenham as mesmas funções, recebem salários iguais ou até maiores, sendo que trabalham apenas 30 horas semanais, 10 a menos que os da rede municipal, com exceção dos servidores do “apoio” (merendeiras, vigias e zeladoras), que também cumprem 30 horas. A categoria cobra também por uma “correção” no reajuste salarial concedido este ano, que foi de 5,58%, enquanto que o nacional foi de 8,32%.
A greve atinge cerca de 50% dos técnicos. No município, são 172 técnicos, que atuam como secretários e agentes de pátio nas escolas e como técnicos de desenvolvimento infantil (TDIs) nas creches. Na próxima segunda-feira, os profissionais farão um manifesto na praça Plínio Callegaro, no início da manhã. À tarde, estarão na câmara municipal buscando o apoio dos vereadores. Nos dias 17,18 e 19, toda a categoria vai aderir a uma paralisação nacional. O objetivo da iniciativa é reivindicar uma série de itens da pauta deliberada no 32º Congresso da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), realizado no mês de janeiro.
A prefeitura afirmou, por meio de nota, que a administração municipal está impedida de fazer a reparação salarial reivindicada, devido ao limite prudencial. Devido à paralisação, dois Centros Municipais de Educação Infantil (CMEIs) já suspenderam as atividades. O União, que fica na área central da cidade, e o Santo Antônio, no bairro Jardim Botânico. Sem os TDIs os professores não teriam condições de manter o atendimento. No ano passado, os técnicos estiveram com as atividades suspensas do dia 18 de novembro ao dia 20 de dezembro. Após o período de férias, chegaram a trabalhar durante a primeira semana de aula mas retomaram o movimento.