O secretário de Educação, Tadeu Azevedo, reuniu-se, nesta sexta-feira à tarde, com alguns vereadores para explicar a normativa de distribuição das aulas que causou polêmica e críticas de professores para a secretaria. Conforme Tadeu, o principal problema está na interpretação equivocada da normativa por algumas escolas. “Seguimos uma lei nacional que estabelece 33% de hora atividade e fizemos as alterações para diminuir os problemas de alfabetização. Pela antiga portaria, estabelecida em 2001, os professores tinham 20% hora atividade e isso fazia com que não tivessem tempo para atender os alunos além da sala. Crianças com dificuldades eram encaminhadas à sala de apoio, de recursos, recuperação, e isso sobrecarregava um único professor que não conseguia dar atenção para todos”, disse. A mudança para 33% resultará em 14 horas atividade para professores de 40 horas e 7 horas para os de 20 horas.
Conforme o secretário, uma das questões levantadas pelos educadores, a da situação dos professores 20 horas foi solucionada ontem. “Conversamos com a administração e será feito um contrato complementar de sete a dez horas para que os professores com 20 horas não percam a hora atividade”, declarou. Em relação às disciplinas de letras e educação física, Tadeu acrescentou que cada escola terá autonomia para decidir como trabalhar. “Em algumas escolas terá até sala de línguas, essa definição será interna, de cada escola”, salientou. Para ele, o novo conjunto de currículos paralelos permitirá um avanço na educação.
Quanto à solicitação de 30 horas aula, o secretário falou que no momento é inviável. “A passagem para 30 horas acarretará numa despesa de R$ 12,6 milhões ano. E a adesão é voluntária, se um único professor não aceitar, teremos que manter grades de 20, 30 e 40 horas aulas. Nesse ano, estamos tentando equilibrar os recursos que recebemos do Fundeb (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação). Para o próximo ano, estaremos abertos à essa discussão”, argumentou. Ele lembrou que a prefeitura assumiu a educação até o sexto ano. Em 2010, será oferecida a 5ª série na rede municipal e, em 2011, a 6ª. Tadeu também destacou que nos próximos dias a Câmara estará recebendo um projeto de lei que prevê a extinção dos cargos de supervisor e orientador pedagógico, passando para coordenador pedagógico. “Essa mudança será feita para beneficiar os próprios professores, como está hoje eles perdem o direto à aposentadoria especial, passando para coordenador fica garantido”, salientou.
Hoje, Sinop tem 960 professores na rede municipal de ensino. Na última quarta-feira, conforme Só Notícias já informou, 150 professores estiveram reunidos com o secretário para discutir a normativa. Segundo o presidente do sindicato dos servidores municipais, Adriano Perotti, a maneira como a normativa da Secretaria da Educação foi estabelecida fará com que professores fiquem sem salas para trabalhar e, alunos, sem educadores para ter aula. Na reunião os educadores decidiram pela manutenção do estado de greve que vem desde novembro do ano passado, com deflagração de um novo movimento, dia 22 de fevereiro, se as negociações com a secretaria não surtirem efeito até a data. “Foi feita a atribuição da forma como o secretario determinou. Segunda-feira as aulas começam com alunos sem professores e educadores sem salas”, previu.