“Não há decisão para tomar. Ela já está tomada, a categoria está em greve”. Com essa afirmação o presidente do Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público de Mato Grosso, Gilmar Soares Ferreira, saudou os trabalhadores da educação presentes no ato público, nesta sexta-feira, em Cuiabá. O sindicato exige o piso salarial profissional nacional de R$ 1.050,00 para nível médio e não obteve, até o momento, uma resposta da Secretaria de Estado de Educação de Mato Grosso.
O sindicalista ressalta a importância da conscientização dos trabalhadores e de toda a sociedade. “Nós exigimos um piso que dê condições dignas de trabalho para que isso reflita na qualidade da Educação”. O secretário de redes municipais do Sintep e presidente da Central Única dos Trabalhadores de Mato Grosso (CUT-MT), Júlio César Martins Viana, questiona os salários defasados dos profissionais da Educação. “A reposição salarial é totalmente compatível com os recursos constitucionais”.
Outro aspecto destacado por Júlio Viana é a discrepância entre o crescimento da economia brasileira e o baixo poder de compra dos profissionais da rede estadual e municipal de Educação. “A economia do Brasil teve um crescimento considerável e a população aumentou seu poder de compra. Mas os trabalhadores da Educação não podem desfrutar desse bom momento”.
Segundo Gilmar Soares, há dez anos o salário da categoria não sofre reajustes. “O governo não faz a reposição das perdas salariais, nem aplica os 25% de recursos determinados pela Constituição Federal. São 42 milhões de dedução do Imposto de Renda (IR) que o governo não investe na Educação”. O presidente do Sintep/MT conclamou os trabalhadores a participarem do Conselho de Representantes, neste sábado e domingo, e da Assembléia Geral, que ocorre na segunda-feira, quando a categoria avalia o movimento grevista.
As subsedes também aderiram à campanha nacional pelo piso. Nos municípios do interior do Estado, os trabalhadores da Educação realizam atos públicos como esse que ocorreu na Capital.