Melhorar o fluxo, a proficiência e garantir a permanência do aluno em sala de aula. Estes são os principais desafios para o Ensino Médio em Mato Grosso apresentados pela Secretaria de Estado de Educação (Seduc), na última quinta-feira (08.10), durante o painel Panorama do Ensino Médio. A discussão integrou a programação do 3º Fórum Municípios & Soluções "Diagnósticos e Desafios do ensino público em Mato Grosso", realizado pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE-MT), em Cuiabá.
O secretário adjunto de Política Educacional da Seduc, Gilberto Fraga de Melo, apresentou o cenário atual do Ensino Médio no Estado – ofertado em 461 escolas que atuam em quatro frentes: Ensino Médio Regular, Inovador, Noturno e Integrado à Educação Profissional. Destas unidades escolares, 286 são urbanas e 176 são de campo (rurais), que atendem cerca de 140 mil alunos.
Segundo Fraga, é alto o índice de evasão e abandono escolar, reprovações, principalmente nos primeiros anos, e baixa participação dos estudantes no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). “As práticas pedagógicas são pouco atrativas aos estudantes e o Plano Político Pedagógico (PPP) está desvinculado da prática pedagógica da escola”, destacou, ressaltando que existe a ausência de espaços pedagógicos (laboratórios de ciências, linguagens, mídias, bibliotecas) que auxiliem no processo ensino-aprendizagem. No universo de 746 escolas estaduais, somente 66 tem laboratórios de ciências.
Além disso, existe a dificuldade na implementação e continuidade de programas como o Brasil Profissionalizado (BrasilPRO), o Ensino Médio Inovador (ProEMI) e do Pacto Nacional pelo Fortalecimento do Ensino Médio, e infraestrutura inadequada das escolas para atender às juventudes.
O secretário informou que, para o avanço da área, a Seduc traçou um plano de ação que engloba proposições como o redesenho curricular, ampliação da oferta de vagas, reorganização da oferta do Ensino Médio Integrado à Educação Profissional e formação dos professores, acompanhamento e avaliação. A formação continuada para professores e preparação para que atuem com recursos tecnológicos e pedagógicos também estão entre as prioridades de governo.
No que se refere à avaliação, a proposta é promover acompanhamento interno, identificar as defasagens de aprendizagens dos alunos do 1º ano, oriundos do Ensino Fundamental, recuperação dos alunos concomitantemente ao ano em curso e implantar processo de avaliação semestral para diagnosticar avanços e novos desafios de aprendizagem.
No plano de expansão a ideia é implantar o Ensino Médio em tempo integral inicialmente em 5 escolas, com ampliação gradativa para atingir 30 unidades até 2018. “Também planejamos expandir de 66 para 100 o número de escolas que ofertam o Ensino Médio Inovador até 2018, além de aumentar o número de escolas de Ensino Médio Integrado ao Profissionalizante, conforme necessidades identificadas pelo governo do estado”, indicou.
No combate ao abandono escolar a Seduc pretende flexibilizar o horário de aulas, especialmente para o ensino noturno e compor o tempo curricular em classe com as atividades e aprendizagens desenvolvidas pelos alunos trabalhadores extra classe.
Participaram da mesa de discussão do V Painel do Fórum os auditores públicos externos do TCE-MT, Luiz Eduardo da Silva Oliveira e Bruno de Paula Santos Bezerra, e a coordenadora-geral da Secretaria de Articulação com os Sistemas de Ensino do Ministério da Educação (Sase/MEC), Rosilea Maria Roldi Wille. A mediação ficou a cargo do procurador-geral substituto do Ministério Público de Contas do Estado de Mato Grosso, William de Almeida Brito Júnior.
Os auditores apresentaram visão operacional do Ensino Médio em Mato Grosso, dados da avaliação realizada nas políticas públicas de educação do Estado e dos municípios mato-grossenses. Já Rosilea falou sobre o alinhamento entre o Plano Nacional e Planos Estaduais com foco no Ensino Médio.