O Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público de Mato Grosso (Sintep), subsede em Cláudia (90 km de Sinop) rejeitou a contraproposta feita pelo prefeito Vilmar Giachini (PMDB), no último dia 11. O documento, apresentado na segunda-feira (17), recebeu parecer unânime dos profissionais da rede municipal, em greve há 62 dias. Entre as justificativas está o fato de o “gestor continuar fazendo ameaças de demissão aos profissionais, além de manter o corte de salários, desde o dia 15 de março. Todos os itens propostos apontam para o desfavorecimento da categoria”, disse o presidente da subsede, Edson Sauthier.
Ele afirmou ainda que o prefeito alterou, na contraproposta, itens fundamentais para a correta aplicação dos recursos constitucionais em Educação. Este, inclusive, foi um dos pontos destacados no termo de compromisso assinado pelo prefeito, mas que não teria sido cumprido. Não houve proposta de reajuste salarial. Claudia tem cerca de 150 servidores e, nos cálculos da prefeitura, representa 30%
O prefeito Vilmar Giachin disse, ao Só Notícias, que aguardava o fim da greve. Conforme ele, o ex-secretário de Educação Ságuas Moraes interviu junto a comissão de greve para buscar um meio pacífico de chegar a um acordo e retomar as aulas. Nos reunimos com a comissão de greve e Ságuas, em Cuiabá, para buscar um entendimento. A nossa contraproposta foi apresentada, dentro do que a administração pode fazer. O termo de compromisso foi feito, inclusive pagando os dias não trabalhados desde 15 de março quando foi cortado os salários e aguardamos a retomada das aulas, já que são mais de 1.500 alunos sem estudar”, pontuou. Com exceção das creches e escolas nos assentamentos, nenhuma das três unidades educacionais funcionam na cidade.
O prefeito alegou ainda que uma comissão de trabalho seria formada com a participação de alguns professores para acompanhar os investimentos que o município tem na área de Educacão. Ele alega que são investidos no setor 30% do orçamento municipal e, “mesmo com recursos sendo pequenos”, consegue manter salários em dia, comprar material pedagógico e de expediente, não podendo fazer nenhuma obra, pois não existe verba. “Propomos ao governo que mantenha os 60% de alunos que hoje são de responsabilidade de Cláudia e nos deixe com os 40% que é do Estado. Invertendo os investimentos, podemos ajustar o que os servidores da Educação reinvindicam”, finalizou.
Desde a segunda-feira (17), cerca de 90 professores estão na sede do Sintep, em Cuiabá, mantendo a paralisação.