Quatro mil e quinhentos estudantes estão sem aula em Mato Grosso por causa de greves dos professores das redes municipais. A paralisação acontece nos municípios de Cláudia, Rondolândia e Terra Nova do Norte. Os docentes exigem o piso salarial de R$ 1.024, estipulado pela Lei 11.738 para 30 horas/aula por semana.
Em Cláudia (620 km ao norte de Cuiabá), a paralisação começou dia 17 de março e afetou 1.996 estudantes. No dia 22 do mesmo mês, os professores acamparam em frente à prefeitura para exigir o reajuste salarial, com apoio do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra.
Em Terra Nova do Norte (675 km ao norte da Capital), os professores estão em greve há 12 dias e reivindicam que o salário saia de R$ 593,45 por 25 horas para R$ 1.024 por 30 horas semanais. Além disso, querem a aprovação do Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS), incluindo os funcionários das escolas. A greve afetou 1.668 estudantes.
Os profissionais de Rondolândia (1,6 mil km a noroeste de Cuiabá), que foram os últimos a paralisar o ensino no dia 5 deste mês, também exigem a mesma remuneração. Lá, 842 alunos estão sem aula.
O presidente do Sindicato do Trabalhadores do Ensino Público de Mato Grosso (Sintep-MT), Gilmar Soares Ferreira, afirma que a greve não ocorre em todo o Estado porque cada município é independente para definir os salários. Mas ele lembra que nenhum dos 141 de Mato Grosso garante o piso que a categoria exige (R$ 1.312) e a hora/aula necessária (30 horas semanais).
O governo federal estipulou o piso de R$ 1.024. Neste caso, o único município de Mato Grosso a dar uma remuneração acima disso é Cotriguaçu (950 km a noroeste de Cuiabá), com R$ 1.132 para 30 horas.
"Nós acreditamos que o poder público pode dar um piso de R$ 1.312, mas o governo federal definiu a correção salarial cm base no INPC (Índice Nacional de Preço ao Consumidor). Por isso, os R$ 1.024. Mas a Lei 11.738 garante que o índice usado para reajuste é o Fundeb (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica), que chega a 19% ao ano".