Os docentes da Universidade Federal de Mato Grosso devem se reunir, hoje à tarde, para avaliar o atual momento da greve, que já dura mais de cem dias. Para o professor Antônio Carlos Máximo, que compõe o comando local de greve, a possível previsão de término da mobilização estará fora da pauta. “Não tem [como prever fim] porque o governo está intransigente, não aceita conversar, colocou o pé na porta e não aceita diálogo”, explicou ao Só Notícias.
No encontro de hoje, segundo Antônio, devem ser repassados os resultados da audiência pública que reuniu representantes do Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (ANDES-SN) e senadores na última quarta-feira, em Brasília (DF). De acordo com a entidade, os senadores criticaram a decisão do governo em encerrar as negociações e reforçaram a cobrança para a retomada dos diálogos.
De acordo com Antônio Carlos, o foco da categoria neste momento é a retomada das negociações. A Andes espera que o governo aceite a seguinte proposta: “piso proposto pelo governo para o início da carreira do professor graduado em 20h, de R$ 2.018,77, e reduz de 5% para 4% os degraus entre níveis remuneratórios, com evolução uniforme, fatores definidos para remuneração dos regimes de trabalho (20h x 40h x DE = 1 x 2 x 3.1) e percentual definido de cada titulação como parte constitutiva do vencimento básico (aperfeiçoamento = 7,5%; especialização = 18%; mestrado = 37,5%; doutorado = 75%)”.
Conforme Só Notícias informou, duas propostas foram feitas pelo governo à categoria, ambas rejeitadas. A última, prevê reajustes entre 25% e 40% para todos os professores, além de antecipação da data para entrar em vigor. Mesmo com a rejeição da categoria, o governo federal anunciou que ela seria enviada ao Congresso Nacional para votação e aprovação.
Dados do comando de greve apontam que 52 instituições de ensino superior continuam com as atividades paralisadas.