Professores da Universidade Federal de Mato Grosso decidiram em assembléia geral, que devem definir nova data para decidir se fazem ou não greve. Decidiram, porém, uma campanha de mobilização, neste período, contra a postura do governo federal, que quer fechar um acordo calando a categoria até 2010.
A proposta foi considerada ‘insatisfatória’ pelos professores, pois não cobriria nem mesmo a inflação do período de 1995 a 2007. A campanha atacará de forma sistemática também o Fórum de Professores das Instituições Federais de Ensino Superior (Proifes), criada com a intenção de representar parte dos docentes e provocando um racha no movimento.
A categoria alega que o Proifes assinou de imediato o acordo proposto pelo presidente Lula, porém, o Andes não assinou este acordo com o governo e não abre mão de tratar ano a ano sobre as reivindicações da categoria docente.
A seção sindical (Adufmat) quer um reajuste de 75%, orientado pelo sindicato nacional, o Andes, que entende que as perdas em 12 anos são, na verdade, quase o dobro disso.
“Já tínhamos motivos de sobra para pensar em greve desde o ano passado, mas esperamos, tentando negociar, até agora e ainda queremos negociar, mas não somente como o governo quer”, diz o presidente da Adufmat, Alcides Teixeira.
Para a professora Sirlei Silveira, vice-presidente da secretaria regional Pantanal do Andes-SN, é inviável fechar este acordo que o governo propõe porque significaria “fechar a boca da categoria” por todo este tempo. E mais do que isso seria admitir que mais de 50¨% dos vencimentos da categoria transformem-se em gratificações. “Isso representa a desestruturação da carreira docente das universidades”.
“O governo está embromando a categoria”. Esta é a posição do professor do departamento de Letras, Roberto Boaventura, doutor em Comunicação.
Na assembléia a ser marcada para tratar de possível greve, estará na pauta também a insatisfação com as fundações de caráter privado que vêm rapidamente se instalando nas universidades públicas. Na UFMT, é o caso da Uniselva.