O protótipo de um robô facilitador para auxiliar nas terapias de crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA), foi desenvolvido através da pesquisa coordenada pela professora Thais Reggina Kempner, da Universidade Federal de Mato Grosso, Câmpus de Várzea Grande, no programa Mulheres e Meninas na Computação, Engenharias, Ciências Exatas e da Terra.
O projeto foi desenvolvido em parceria com profissionais do Centro de Reabilitação Integral Dom Aquino Côrrea (CRIDAC), que colaboraram para o estabelecimento das funcionalidades que o robô deveria possuir para que o processo terapêutico seja mais eficiente.
O robô, intitulado “Otto”, possui um design seguro, útil e atrativo para crianças com TEA, utiliza uma matriz de LED 8×8 associada ao movimento dos seus braços e pernas, permitindo a representação de emoções, tais como felicidade, tristeza, vergonha, medo, raiva. Otto também possui 10 botões interativos, para ensinar os números, e 170 frases gravadas com vozes de crianças, que permitem ensinar o alfabeto, vocabulário básico utilizado no cotidiano das crianças, reconhecer cores, frutas, legumes e animais.
Os primeiros resultados obtidos pela equipe responsável pela pesquisa apontam que 71,4% das crianças avaliadas demostraram interagir com o “Otto”. “O diferencial desse trabalho são as funcionalidades do robô, que está sendo utilizado como um elemento educacional e auxiliando as crianças a melhorar sua comunicação”, afirmou a pesquisadora, Thais Kempner.
O Transtorno do Espectro Autista é uma condição que tem adquirido notoriedade devido ao crescente número de diagnósticos, com a ocorrência de uma a cada 54 crianças, segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria. Trata-se de um transtorno do desenvolvimento neurológico, que causa padrões de comportamentos repetitivos, restritos e estereotipados, déficits de comunicação e interação social.
As próximas etapas da pesquisa são: melhorias no hardware, no open source do robô, modelagem 3D e melhoria no controle dos seus movimentos. Todas estas ações serão realizadas em consonância com as recomendações dos profissionais.”Esse projeto é uma inovação tecnológica no campo da saúde, que, aliada ao conhecimento dos nossos pesquisadores, permite criar mais qualidade de vida para crianças com Transtorno Espectro Autista (TEA)”, disse o secretário de Ciência, Tecnologia e Inovação, Allan Kardec.