Um grupo de pais está coletando assinaturas para evitar que a prefeitura encerre o atendimento, em tempo integral, nas creches da rede municipal de ensino a partir do ano que vem. Para Anderson Cardoso Ribeiro, que é professor da rede estadual e tem uma filha estudando em horário integral no município, os pais "esperam que o prefeito Juarez Costa cumpra a promessa feita durante campanha eleitoral, quando afirmou que manteria o atendimento integral e construiria mais creches", afirmou, ao Só Notícias.
Segundo Anderson, a instrução normativa que estipulou atendimento máximo de quatro horas nas creches pegou a maioria dos pais de surpresa. "Não fomos comunicados e isso causou uma certa irritação. Fomos os últimos a saber e pela imprensa ainda. Não ouviram a população. Foi uma decisão que veio 'de cima'. O prefeito recebeu verba federal para construir creches. Para onde foi este dinheiro? Para nós, a solução seria a abertura destas unidades, que, com certeza, seriam suficientes para atender a demanda".
O atendimento parcial, segundo ele, vai afetar de forma negativa o desenvolvimento das crianças e causar transtornos para os pais. "Na minha opinião, os alunos serão os maiores prejudicados. Porém, esta medida também afeta de forma bem ruim os pais, que terão que gastar dinheiro para pagar pessoas para cuidar dos filhos. Muitos, não tem sequer condições financeiras para isso".
Ainda não foi contabilizada a quantidade de pessoas que já assinou o documento. A intenção, é entregar o abaixo-assinado na próxima semana no Ministério Público Estadual (MPE) e na câmara de vereadores. Os pais também pretendem tentar agendar uma reunião para discutir alternativas com o promotor da Procuradoria de Justiça Especializada em Defesa da Criança e do Adolescente, Nilton César Padovan.
Um documento da Secretaria Municipal de Educação aponta que o atendimento integral será mantido para crianças de até três anos nas creches Gente Feliz, Gerson Pires, Alto da Glória, Alvorada e Neuza Graf.
Conforme Só Notícias já informou, a maioria das creches e pré-escolas terá turmas nos períodos matutino e vespertino, com jornadas de quatro horas diárias, correspondentes a 800 horas anuais e 200 dias letivos. Segundo o Censo Escolar 2015, apenas 214 crianças estavam matriculadas em Sinop em apenas um período e 1,1 mil estudavam em período integral. Para o diretor regional do Sindicato dos Trabalhadores do Ensino Público (Sintep), Valdeir Pereira, a mudança significa uma precarização do atendimento. “Vão fazer isso para receber mais alunos, mas, no final, altera algo que estava consolidado”, afirmou, ao Só Notícias.
O ano letivo em 2016 deve começar em 15 de fevereiro e terminar em 22 dezembro.