O Estado de Mato Grosso é o que mais cresce em relação às demais unidades federativas. Tem uma política de atração de novas indústrias, de desenvolvimento do agronegócio, de serviço e comércio. Para dar sustentabilidade a esse crescimento o Governo de Mato Grosso adotou como política de Estado investimento na formação e qualificação da mão-de-obra. A secretária de Ciência e Tecnologia, Ilma Grisoste, disse que diante dessa realidade – crescimento acelerado, novos e mais investimentos – Mato Grosso colocou como desafio não precisar importar mão-de-obra qualificada.
O marco desse desafio foi a criação do Fundo Estadual da Educação, que tornou Mato Grosso referência nacional em Educação Profissional e Tecnológica. Dentro desse desafio, proporcionado pelo próprio governo, a Secretaria de Estado de Ciência e Tecnologia (Secitec) vem reestruturando todas as oito Escolas Técnicas Estaduais (ETE) de Educação Profissional e Tecnológica existentes e irá construir e implantar mais 11 novas unidades.
A primeira dessas novas ETE de Educação Profissional e Tecnológica a iniciar a obra será Matupá, no Nortão. As demais estão em processos licitatórios e a previsão é que em 2011 todas estejam funcionando para atender essa demanda por mão-de-obra que está sendo exigida com a realização da Copa de 2014.
Mato Grosso até 2009 contava com seis Escolas Técnicas Estaduais nesse segmento – nos municípios de Alta Floresta, Barra do Garças, Diamantino, Rondonópolis, Sinop e Tangará da Serra – todas com apenas seis salas de aulas; duas Escolas em Poxoréu e Lucas do Rio Verde foram estadualizadas, totalizando oito escolas.
Os prédios das futuras ETE de Educação Profissional e Tecnológica – em Água Boa, Cáceres, Campo Verde, Cuiabá, Juara, Matupá, Primavera do Leste, Sorriso e Várzea Grande – seguem um padrão único. Todas terão 12 salas de aulas, 11 laboratórios tecnológicos, biblioteca, ginásio poliesportivo, área de vivência, refeitório, teatro de arena, auditório para 200 lugares e estacionamento interno. Todas serão construídas em áreas de 12 mil m2 (a menor) e 20 mil m2.
As escolas existentes possuem apenas seis salas de aulas e serão ampliadas e dotadas de outras seis, além de mais três salas de módulo de Educação à Distância (FAD). Todas serão dotadas de laboratórios de Informática Básica, enfermagem, segurança do trabalho, edificação, análise química e topografia.
Cada escola atende as especificidades de cada região. O curso de Marcenaria e carpintaria, por exemplo, só acontece na ETE de Alta Floresta, que tem um perfil econômico com base na madeira. O curso de Desenho Técnico é específico de Barra do Garças. Os cursos de Eletrônica Digital vão acontecer apenas em Rondonópolis e Sinop. Em média, as atuais e futuras escolas, terão 11 laboratórios, num total de 155 laboratórios tecnológicos.
O superintendente de Educação Profissional e Tecnológica, Jefferson Monteiro da Silva, explica que esses 155 laboratórios tecnológicos vão poder proporcionar uma gama infinita de cursos técnicos, de nível médio (cuja duração média é de 18 meses com carga horária de 800 a 1.200 horas) e de Formação Inicial Continuada (FIC), com uma carga horária de 100 a 300 horas.
Como exemplo, Jefferson Monteiro citou o laboratório tecnológico Canteiro de Obras, de nível médio para formação de técnico em edificações e na FIC será usado para formação de pedreiro, armador, azulejista, técnico em hidráulica, técnico eletricista, enfim, uma gama enorme de profissionais da área da construção civil.
A secretária Ilma Grisoste ressaltou que a Secitec também está saindo das sedes das ETE de Educação Profissional e Tecnológica e firmando parcerias com as empresas e realizando cursos dentro das fábricas, como já aconteceu em Juscimeira (distante 157 Km ao Sul da Capital), onde está instalada uma unidade de abatimento de aves.
As ETE crescem em unidades, mais o maior crescimento é no número de atendimentos. Em 2007, nas seis unidades foram matriculados em nível Médio, 3 mil alunos e na formação continuada 5.179 alunos, um total de 8.179. No ano seguinte atendeu um total de 11.425, sendo que em 2009 foram 12.79. A expectativa indica que este ano chegará a marca de 20.109 alunos qualificados.
A Secitec também está implantando dois Centros Vocacionais Tecnológicos (CVTs) em Cáceres e Chapada dos Guimarães. Esses Centros têm uma especificidade de atender as demandas desses dois municípios que tem uma vocação turística muito forte, onde serão oferecidos cursos na área de hotelaria, cozinha e gestão de turismo ecológico.
As oito novas unidades, cujo processos de licitação está em andamento, serão construídas com recursos do governo federal e serão equipadas e mantidas pelo governo do Estado.