“A cota [universitária] na verdade é um tratamento desigual”. A declaração é do ministro da Igualdade Racial, Edson Santos. Mesmo sua fala podendo ser aberta a outras interpretações, o representante defende que a linha de raciocínio em questão é que reforça a política defendida pelo Governo Federal como necessária para promoção da diversidade nas instituições de ensino.
“Estamos dando mais para quem sempre teve menos no Brasil. O objetivo é fazer com que a universidade brasileira reproduza esta diversidade étnica e social que o Brasil expõe”, declarou o ministro. De acordo com ele, não há diferença no ensino entre cotistas e não cotistas.
Isto porque o desempenho entre estudantes está no mesmo patamar. “O rendimento do estudante cotista é o mesmo e as universidades ganham por terem jovens quilombolas, negros, pobres. Isto certamente vai contribuir para o enriquecimento da universidade”, acrescentou Edson Santos.
Em Mato Grosso, a Universidade Federal não adota o sistema de cotas e candidatos de diferentes cores e raças disputam o processo seletivo universal. A exceção fica por conta do Programa de Inclusão de Estudantes Indígenas que destina vagas para a população indígena.
A meta é inserir 100 indígenas. Em 2008 foram dez que ingressaram na UFMT, após o exame vestibular específico para índios. Neste ano, outros 20. Em 2010 serão 20, em 2011 mais 25 e, em 2012, mais 25.
As vagas são distribuídas entre os campi de Sinop, Rondonópolis, Araguaia e Cuiabá para os cursos de medicina, enfermagem, engenharia sanitária e ambiental, engenharia florestal, agronomia, nutrição, direito e farmácia. O programa é executado em parceria com a Funasa.
Já no Brasil a adoção do sistema de cotas pelas universidades públicas não é obrigatória. A informação foi repassada ao Só Notícias pelo Ministério da Educação. O MEC informou que as instituições são autônomas para definir o processo de seleção de estudantes.