Mato Grosso é o segundo estado no ranking de profissionais da Educação contratados temporariamente. De acordo com reportagem do portal UOL, que apurou dados do Censo Escolar 2012, de cada 10 professores, 6 estão nestas condições. Mato Grosso fica atrás apenas do Espírito Santo.
A situação, segundo sindicalistas, traz diversos prejuízos para os professores, obrigados a cumprirem uma jornada de trabalho maior para conseguir o mesmo salário dos efetivos, e para os alunos, que acabam recebendo aulas com menos qualidade, prejudicando o processo de aprendizagem.
Presidente da subsede de Várzea Grande do Sindicato dos Profissionais no Ensino Público de Mato Grosso (Sintep/MT), Gilmar Soares Ferreira afirma que os números, embora retratem a situação do ano passado, estão bem próximos da realidade atual. "Se separarmos os contratos em substituição e os cargos livres, dá um percentual de 50%, o que é muito alto e ruim".
Para exemplificar o prejuízo que a situação traz para os profissionais, o sindicalista calcula que os temporários são obrigados a trabalhar 1/3 além do que os efetivos para conseguir o mesmo salário. "Ele não recebe as chamadas horas-atividade, que na jornada regulamentada representa 10 das 30 horas semanais. Esse tempo seria para o planejamento das aulas, para a correção de atividades e para a pesquisa".
Sem receber por este tempo, consequentemente, os alunos acabam prejudicados. "Estes profissionais são heróis, porque se esforçam demais, lecionam em duas, 3 escolas e ainda buscam estas atividades, mesmo sem receber, mas não com a qualidade que o efetivo consegue". A questão dos contratos, lembra Ferreira, é um ponto da pauta de reivindicações da categoria há vários anos.
Pelo ranking, o Espírito Santo (71%) é o Estado com maior índice de temporários, Mato Grosso (66,1%), Acre (62,9%), Ceará (60,2%), Mato Grosso do Sul (60,1%), Santa Catarina (59,8%) e Paraíba (51,9%), vêm na sequência. O Rio de Janeiro é o Estado com menor número de contratos temporários, 3,5%.
Outro lado – À reportagem do UOL, a Secretaria de Estado de Educação (Seduc/MT) qafirmou ue as informações sobre o contingente de professores efetivos e temporários no Censo Escolar/MEC dizem respeito apenas aos servidores que estavam em sala de aula na data base do Censo Escolar (última quarta-feira do mês de maio).
"Desta forma, os professores do quadro de efetivos que não estavam atribuídos em turmas na data base, bem como os que estavam em afastamento temporário não foram contabilizados pelo UOL. Possuímos professores efetivos em cargos administrativos nas assessorias pedagógicas, Centro de Formação e Atualização de Professores e na sede desenvolvendo as políticas pedagógicas. Por isso, a discrepância entre os dados apresentados pela Seduc e os informados pelo UOL".